Prisão por tráfico em casa noturna não gera dano moral

Prisão por tráfico em casa noturna não gera dano moral

9/7/2012 - 15:42 - ( Justiça )

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina negou pedido de indenização por dano moral a um jovem em ação movida contra uma casa noturna de Porto Belo (SC). Seguranças do local apontaram o rapaz como responsável por comércio ilícito de entorpecentes no interior do estabelecimento e chamaram a Polícia. Preso em flagrante, ele foi absolvido da acusação de tráfico de drogas e processou a casa noturna.

Na primeira instância, a empresa foi condenada a pagar ao rapaz R$ 25 mil por danos morais e materiais. O estabelecimento recorreu. A sentença foi reformada, por unanimidade, pela 4ª Turma de Direito Civil do TJ-SC, que descartou qualquer ilegalidade na atitude dos seguranças.

Relator da apelação, o desembargador Luiz Fernando Boller afirmou que “responsabilizar civilmente os agentes que surpreenderam a prática criminosa corresponderia à absurda e injusta penalização daqueles que auxiliaram a polícia em sua nobre função repressiva, o que em absoluto pode ser admitido".

De acordo com o processo, na madrugada de 16/2/2003, seguranças do local à paisana perguntaram para o rapaz se ele conhecia alguém que tinha drogas para vender. Segundo o depoimento do jovem, ele apontou para um colega, que dizia possuir dois papelotes de ácido. Os seguranças então chegaram a esse outro rapaz, que vendeu aos funcionários da casa um papelote por R$ 50. Os seguranças levaram os rapazes a um local reservado da casa noturna e chamaram a Polícia, que fez a prisão em flagrante.

Para o relator, “em que pese o apelado tenha sido posteriormente declarado inocente da acusação que lhe foi imputada, concluo que os prepostos da apelante atuaram com diligência e perspicácia, objetivando evitar que práticas criminosas ocorressem no interior daquele estabelecimento, que deve zelar pela integridade de seus freqüentadores.”

Boller considerou que a manutenção da decisão de primeira instância significaria um “retrocesso social” e ato contrário à política federal anti-drogas. Ele também rechaçou a alegação de prejuízo psicológico reclamada pelo rapaz.

“Ao manter estreito relacionamento com um traficante de drogas, o demandante assumiu o risco de ter sua conduta social adjetivada de forma negativa”, afirmou Boller. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-SC.

 

Fonte : Imagem News    Autor : Consultor Jurídico

Extraído de ImagemNews

Notícias

Usucapião como limite temporal para reconhecimento da fraude à execução fiscal

Opinião Usucapião como limite temporal para reconhecimento da fraude à execução fiscal Antonio Carlos de Souza Jr. Roberto Paulino de Albuquerque Júnior 31 de julho de 2025, 7h04 O tribunal superior, porém, não vem analisando uma importante questão sobre a fraude à execução fiscal, qual seja:...

Intenção de pagar a dívida basta para manter devedor em imóvel

Vitória da boa-fé Intenção de pagar a dívida basta para manter devedor em imóvel 26 de julho de 2025, 12h32 Na decisão, a juíza destacou a gravidade da situação e disse que “tais medidas são a última oportunidade para solução amigável, caso contrário, será dado cumprimento ao mandado de...

Regime da separação convencional de bens e a renúncia antecipada à herança

Opinião Regime da separação convencional de bens e a renúncia antecipada à herança Rafael Adelor Cabreira 28 de julho de 2025, 9h21 Uma vez escolhido o regime da separação convencional de bens, o casal deixa claro que não tem interesse no patrimônio do outro — para além da morte do consorte,...

Central de Escrituras e Procurações e LGPD: entre publicidade e privacidade

Opinião Central de Escrituras e Procurações e LGPD: entre publicidade e privacidade João Rodrigo Stinghen 23 de julho de 2025, 19h37 Com efeito. o objetivo de facilitar o acesso aos dados de procurações e escrituras é facilitar a busca patrimonial em face de credores inadimplentes. Por um lado,...