TJ divulga provimento para viabilizar novo CPC

TJ-MT divulga provimento para viabilizar novo CPC

Publicado em 20/04/2016

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso disponibilizou no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) desta terça-feira (19 de abril) o Provimento nº 9/2016, do Conselho da Magistratura do Estado, o qual dispõe sobre os procedimentos para designação de audiências de conciliação e mediação, nos termos do novo Código de Processo Civil (CPC), que deverão ser adotados em todas as comarcas do Estado, a fim de viabilizar o cumprimento imediato do novo CPC.

O novo Código de Processo Civil, que entrou em vigor no mês de março, determina a realização de audiência de conciliação ou mediação como primeiro ato do processo. Tal audiência deve ser feita preferencialmente por um conciliador ou mediador, onde houver.

O artigo 165 do novo CPC diz ainda que os tribunais “criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões de audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição”.

Preocupado com o aumento da demanda por audiências de conciliação e mediação e com o fato de os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejuscs) das comarcas do Estado não possuírem estrutura física e de pessoal o suficiente para atender o número de atendimentos, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso publicou o provimento para disciplinar a forma de designação dessas audiências, dentro da estrutura que existe, a fim de viabilizar a prestação jurisdicional.

Conforme o coordenador do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec), juiz Hildebrando da Costa Marques, o “provimento vem para viabilizar o imediato cumprimento do novo CPC, dentro da estrutura que temos hoje, sem precisar aumentar o custo e o quadro de servidores”.

De acordo com o provimento, observadas às disposições do artigo 334 do novo CPC, o juiz designará audiência de conciliação que será realizada pelo conciliador judicial ou por ele próprio, se não houver conciliador disponível.

Na data designada para audiência, o juiz ou o conciliador receberá as partes e esclarecerá a elas as vantagens da autocomposição do litígio. A próxima etapa será verificar se o conflito pode ser resolvido por conciliação e, caso positivo, realizará desde logo os procedimentos, buscando o consenso.

As partes arcarão com as despesas relativas aos honorários do mediador, exceto nos processos acobertados pela assistência judiciária gratuita, devendo o juiz, desde logo, informá-las da existência dessa despesa e da respectiva tabela.

O provimento estabelece ainda que mesmo quando realizadas por conciliadores, as audiências poderão ocorrer nas salas de audiência das próprias varas judiciais, salvo se houver outro espaço adequado e disponível no fórum, na Central de Conciliação e Mediação ou no Cejusc.

Quando a audiência de conciliação for realizada pelo juiz, as partes poderão requerer, de comum acordo, a designação de outra a ser conduzida por conciliador a sua escolha, cadastrado ou não no Tribunal e pago por elas, de acordo com a tabela anexada ao provimento. “Nessa hipótese, o juiz suspenderá a audiência ou designará sua continuação, desde logo indicando a data, local e horário de sua realização, saindo as partes intimadas”

Conforme o provimento, quando a Comarca não contar com o serviço da Defensoria Pública, ou por qualquer razão ele não estiver disponível, o juiz coordenador do Cejusc poderá nomear defensor dativo para atendimento nos casos pré-processuais.

“Em caráter excepcional, até que haja conciliadores/mediadores suficientes para atender à demanda que for gerada pela entrada em vigor do novo CPC, as unidades judiciárias que contarem com servidores ou estagiários que tenham recebido ou queiram receber capacitação do Numepec/TJMT, para atuar como conciliadores judiciais, poderão utilizá-los nessa tarefa, a critério do respectivo juiz”.

Clique AQUI para conhecer a íntegra do Provimento nº 9/2016.

Fonte: TJ-MT
Extraído de Colégio Notarial do Brasil

Notícias

Doação verbal exige escritura pública para validade do ato, diz TJ-BA

Usucapião afastado Doação verbal exige escritura pública para validade do ato, diz TJ-BA 8 de outubro de 2025, 12h19 O julgador explicou que a ocupação do imóvel — ainda que por um longo período de tempo — ocorreu por mera liberalidade da proprietária. Leia em Consultor...

STJ valida filiação socioafetiva post mortem sem manifestação expressa

Família STJ valida filiação socioafetiva post mortem sem manifestação expressa 3ª turma reconheceu vínculo de filha criada desde a infância, ainda que falecidos não tenham formalizado adoção. Da Redação terça-feira, 7 de outubro de 2025 Atualizado às 18:55 Por unanimidade, 3ª turma do STJ...

Renúncia à herança e sua extensão a bens descobertos posteriormente

Opinião Renúncia à herança e sua extensão a bens descobertos posteriormente Mathias Menna Barreto Monclaro 7 de outubro de 2025, 7h01 Não se deixa de reconhecer que, em certos contextos, a rigidez da solução pode suscitar debates sob a ótica da justiça material, sobretudo em heranças complexas, em...

Juiz nega penhora de imóveis rurais usados para subsistência

Proteção Juiz nega penhora de imóveis rurais usados para subsistência Magistrado reconheceu que a família do devedor explora diretamente a terra para sua subsistência e que os imóveis se enquadram como pequena propriedade rural. Da Redação domingo, 5 de outubro de 2025 Atualizado em 3 de outubro de...

Assinatura eletrônica e digital: entre prática judicial e debate acadêmico

Opinião Assinatura eletrônica e digital: entre prática judicial e debate acadêmico Cícero Alisson Bezerra Barros 2 de outubro de 2025, 18h25 A confusão entre os termos reside justamente no fato de a assinatura digital ser uma modalidade específica de assinatura eletrônica, mas dotada de requisitos...