"Lei Maria da Penha ainda não tem efetividade"

Foto: Gláucio Dettmar/Agência CNJ

Lei Maria da Penha ainda não tem efetividade, alerta conselheiro do CNJ

07/08/2013 - 16h24

A Lei Maria da Penha (Lei 11.340), após sete anos em vigor, ainda não tem a efetividade que deveria ter no combate à violência doméstica e contra a mulher, alertou, nesta quarta-feira (7/8), o conselheiro Ney Freitas, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele participou da abertura da 7ª Jornada da Lei Maria da Penha, realizada na sede do CNJ, em Brasília, com o objetivo de debater ações voltadas ao fortalecimento da aplicação da lei.

“Toda e qualquer medida que possa ser aplicada de forma efetiva no combate a esse tipo de violência deve ser disseminada. Por isso que as jornadas têm essa vantagem, porque participam integrantes do Poder Judiciário de todo o país, que vão replicando as suas experiências. Então tudo que possa tornar eficaz a aplicação da lei é importante, porque, lamentavelmente, nós ainda estamos vivendo um clima de aplicação da lei; a lei precisa ser aplicada, ela ainda não tem a efetividade que deveria ter”, frisou o conselheiro.

Ney Freitas, presidente da Comissão Permanente de Acesso à Justiça e Cidadania do CNJ, responsável pela realização do evento, destacou ainda que, ao realizar as jornadas da Lei Maria da Penha, o Conselho opera como um catalisador, possibilitando a disseminação de boas práticas que buscam dar efetividade à referida legislação.

Caráter - O conselheiro observou que o Brasil avançou muito no campo da legislação contra a violência doméstica e contra a mulher. No entanto, ponderou que a mesma evolução não se deu no campo comportamental, já que os casos de agressão ainda têm números muito expressivos. “Nestes sete anos poucas leis foram tão disseminadas no país como a Lei Maria da Penha. Mas precisamos evoluir também no plano do comportamento. Se caminhamos rápido no plano legislativo, o mesmo não se dá no plano do caráter”, declarou o membro do CNJ, cujo mandato de conselheiro termina nesta quinta-feira (8/8).

Na solenidade, ele agradeceu o apoio prestado tanto pelo CNJ quanto por outras instituições ao seu trabalho à frente da Comissão Permanente de Acesso à Justiça e Cidadania, que, entre diferentes atribuições, é encarregada de trabalhar pela efetivação da Lei Maria da Penha.

Além de Ney Freitas, participaram da jornada o conselheiro José Lúcio Munhoz; o juiz auxiliar da presidência do CNJ e presidente do Fórum Nacional de Juízes de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Fonavid) Álvaro Kálix Ferro;  a ministra chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci; a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki; a juíza Morgana Richa, do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, ex-conselheira do CNJ; a juíza Luciane Bortoleto, do Juizado Especial de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Curitiba/PR,  representantes do Ministério Público, advogados e especialistas.

 

Jorge Vasconcellos
Agência CNJ de Notícias

 

Notícias

Neto poderá ter avós maternos reconhecidos como seus pais

Neto poderá ter avós maternos reconhecidos como seus pais Ele moveu ação para reconhecimento de paternidade e maternidade socioafetiva 29/10/2025 - Atualizado em 29/10/2025 A 4ª Câmara Cível Especializada do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) cassou uma sentença da Comarca de Diamantina e...

Georreferenciamento: novo prazo para 2029 gera alívio e controvérsia

Opinião Georreferenciamento: novo prazo para 2029 gera alívio e controvérsia Nassim Kassem Fares 27 de outubro de 2025, 19h35 O projeto e seu substitutivo, que estendeu a prorrogação para todos os imóveis rurais, tiveram como objetivo oferecer “uma solução legislativa viável, segura e proporcional...