Adiada votação do novo CPC

21/08/2013 - 19h49

Plenário adia votação do novo CPC e de MP sobre etanol e portos secos

Proposta de novo Código de Processo Civil e MP 613/13 retornarão à pauta na próxima terça-feira.

Gustavo Lima / Câmara dos Deputados
Ordem do dia. Discussão da MPV 613/2013
Deputados decidiram adiar votação de propostas que estavam na pauta desta quarta-feira.

Ficou para a próxima terça-feira (27) a votação da Medida Provisória 613/13, que desonera a cadeia produtiva do álcool combustível. A inclusão de regras sobre os portos secos e as pressões pela ampliação das desonerações adiaram a análise da proposta.

Sete partidos chegaram a declarar obstrução à MP. Os líderes partidário, no entanto, chegaram a um acordo para que a proposta seja votada sem obstrução na próxima terça-feira. Já os pontos de divergência serão negociados com o governo. "Teremos de quinta a segunda para resolver junto ao governo e saber se é possível alguma alteração da proposta", disse o líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

As regras sobre os portos secos estavam previstas originalmente na MP 612/13, que perdeu a validade durante o recesso. Esses portos são áreas de armazenamento de desembaraço de cargas de exportação e importação e passariam, pela MP, a se chamar Centro Logístico e Industrial Aduaneiro (Clia).

O líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), disse que a proposta acabou virando uma “árvore de natal” por conta da inclusão de assuntos alheios ao texto original e que o partido tentou conversar com o relator durante todo o dia, sem sucesso. “Precisamos de tempo para esclarecer as dúvidas, saber sobre os acordos produzidos e esclarecer os temas que recaem sobre a MP”, disse.

O líder do PR, deputado Anthony Garotinho (RJ), também criticou as regras dos portos secos que, segundo ele, violam as normas sobre licitação.

Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Lider do governo, Arlindo Chinaglia fala sobre segurança da Câmara dos Deputados
Chinaglia: "Teremos de quinta a segunda para saber se é possível alguma alteração da proposta [MP 613]".

Falta de acordo
O governo abriu mão de votar os portos secos e optou pela aprovação da MP original, que trata apenas do setor alcooleiro. Chinaglia disse que a inclusão das normas dos portos secos na MP foi feita por acordo de procedimentos, e não de mérito. Mesmo assim, não se chegou a um acordo para a votação da MP nesta quarta-feira.

O líder do PP, deputado Arthur Lira (AL), pressionou para que os incentivos fiscais sejam ampliados para a cadeia do álcool para a exportação e também para a fabricação de perfumes. “A MP só garante benefícios para o setor de álcool combustível para o mercado interno, deixando de fora muitos produtores do Nordeste”, disse.

Há acordo entre os líderes para a aprovação de uma emenda à MP 613 que autorize o auxílio financeiro de R$ 3 bilhões para os municípios. O dinheiro será repassado de acordo com os critérios do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Novo CPC
O início da discussão do projeto do novo Código de Processo Civil (PL 8046/10, apensado ao PL 6025/05) também ficou para a semana que vem por falta de quórum no Plenário.

O relator do projeto, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), disse que o novo CPC acabou sendo contaminado pelo clima de desacordo instaurado no Plenário por conta da MP 613. “Além disso, os líderes não tiveram tempo para se debruçar sobre o projeto, mas se comprometeram a analisá-lo até a próxima terça-feira para começarmos a discussão”, disse.

 

Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli

Foto em destaque/Fonte: Agência Câmara Notícias
 
 

 

Notícias

Justiça nega exclusão de imóvel em divórcio com regime de comunhão de bens

Justiça nega exclusão de imóvel em divórcio com regime de comunhão de bens Autora argumentou que bem foi comprado com recursos próprios 23/05/2025 - Atualizado em 23/05/2025 Origem da Imagem/Fonte: TJMG Justiça entendeu que não há provas no processo de que o bem foi adquirido com recursos...

STJ exclui de partilha de novos bens herdeiro que renunciou à herança

Sucessão STJ exclui de partilha de novos bens herdeiro que renunciou à herança Colegiado entendeu que renúncia à herança é ato irrevogável, impedindo participação em sobrepartilha. Da Redação terça-feira, 13 de maio de 2025 Atualizado às 18:24 Por unanimidade, a 3ª turma do STJ decidiu que a...

Justiça reconhece pai socioafetivo sem excluir o biológico

Vínculo afetivo Justiça reconhece pai socioafetivo sem excluir o biológico O juiz autorizou a expedição de mandado ao cartório de registro civil para averbação da sentença. Da Redação quarta-feira, 14 de maio de 2025 Atualizado às 12:05 A vara de Família e Sucessões de Varginha/MG reconheceu, por...

Juíza reconhece nulidade de algibeira em caso de execução de patrimônio

SÓ QUANDO CONVÉM Juíza reconhece nulidade de algibeira em caso de execução de patrimônio 8 de maio de 2025, 11h57 Tal conduta caracteriza a chamada ‘nulidade de algibeira’. Em síntese, a nulidade de algibeira consiste na estratégia de não alegar a nulidade no momento em que ela ocorre, utilizando-a...

Quando o bem de família pode ser penhorado? Jurisprudência do STJ

Opinião Quando o bem de família pode ser penhorado? Jurisprudência do STJ Caroline Valéria Adorno de Macêdo 5 de maio de 2025, 6h32 A jurisprudência do STJ tem reiterado que tais exceções devem ser interpretadas restritivamente, em respeito à função social da moradia e à dignidade da pessoa...