Comissão do novo Código Comercial reúne-se nesta quarta

04/03/2013 - 18h45

Comissão do novo Código Comercial reúne-se nesta quarta

Arquivo/ Saulo Cruz
Arthur Oliveira Maia
Oliveira Maia: também será incluída na proposta o agronegócio.

Está prevista para esta quarta-feira (6) a reunião da comissão especial que analisa a proposta do novo Código Comercial (PL 1572/11). Os deputados vão definir a realização de algumas audiências públicas e dar continuidade aos debates sobre o assunto neste ano.

Atualmente, o direito empresarial brasileiro é regulamentado, em sua maior parte, pelo Código Civil 10.406/02). Algumas questões relacionadas às empresas também são reguladas por leis específicas - como a das Sociedades Anônimas, a de Falências e a dos Títulos de Crédito - que não devem ser revogadas pelo novo Código Comercial. Já a Lei de Duplicatas (5.474/68) deve ser extinta.

O antigo Código Comercial, de 1850, ficou defasado e teve sua maior parte revogada em 2003, quando entrou em vigor o novo Código Civil. Do código antigo restaram só artigos sobre direito marítimo.

Sistematizar e atualizar a legislação
O presidente da comissão especial que analisa o novo Código Comercial, deputado Arthur Oliveira Maia (PMDB-BA), explica que o objetivo da proposta é, principalmente, sistematizar e atualizar a legislação sobre as relações entre empresas:

"O Código Comercial regula todas as relações do comércio, entre elas a definição dos títulos de crédito, a recuperação de empresa, os tipos de sociedades comerciais que são autorizadas no País. Também está sendo incluída na proposta o agronegócio, que tem uma característica comercial bastante própria, e também o Direito Marítimo, que regulamenta a relação de comércio nos portos."

Empresas em dificuldades
Arthur Oliveira Maia destaca que outro ponto que vai ser abordado no texto é a recuperação das empresas que estão em dificuldades. Ele citou o caso de empresas que pedem concordata e continuam a existir. “Há um esforço para garantir o direito dos credores, mas também para manter a empresa viva, gerando empregos, oportunidades. Isso está sendo regulado pelo código.”

Já quanto aos títulos de crédito, segundo Oliveira Maia, vai mudar muito. “Até 15 anos atrás, o título de crédito mais conhecido era o cheque. O cheque, hoje, praticamente não existe mais. Entretanto, nós temos observado um crescimento exponencial das compras na internet e também da utilização do cartão de crédito. Tudo isso é matéria que está sendo regulamentada pelo Código Comercial."

O texto do novo Código Comercial tem 670 artigos, divididos em cinco livros. O primeiro é uma parte geral sobre a empresa; o segundo trata das sociedades empresariais; o terceiro regula as obrigações dos empresários; o quarto aborda a crise da empresa; e o quinto trata das disposições transitórias.

A reunião será às 14 horas, no plenário 4.

 

Reportagem - Renata Tôrres
Edição – Regina Céli Assumpção - Foto: Arquivo/Saulo Cruz

Agência Câmara Notícias

 

Notícias

Cobrança de IPTU em imóveis com multipropriedade: alternativas legais e práticas

Opinião Cobrança de IPTU em imóveis com multipropriedade: alternativas legais e práticas Sâmia Ali Salman Axl Wesley Menin Miucci 22 de junho de 2025, 7h04 Uma solução possível seria permitir que o condomínio, responsável pela administração do empreendimento, assuma a responsabilidade tributária...

Ação com penhora no rosto dos autos não trata de questões sobre o crédito

COISAS SEPARADAS Ação com penhora no rosto dos autos não trata de questões sobre o crédito Rafa Santos 20 de junho de 2025, 7h26 Na mesma decisão, o juiz também negou pedido de suspensão do processo e homologou a arrematação do imóvel e a expedição de carta de arrematação e mandado de imissão na...

Sem intimação pessoal, alienação de bem do devedor não é válida

Falta de aviso Sem intimação pessoal, alienação de bem do devedor não é válida Martina Colafemina 15 de junho de 2025, 15h52 Com efeito, ao menos em sede de cognição sumária, não há prova de que os autores tenham sido intimados pessoalmente, daí podendo derivar a nulidade do ato de consolidação da...