Conselheiro da Anatel defende redução de imposto sobre banda larga

Luiz Alves / Câmara dos Deputados
23/06/2015 - 16h01

Conselheiro da Anatel defende redução de imposto sobre banda larga

Luiz Alves / Câmara dos Deputados
Reunião ordinária da Subcomissão Especial dos Serviços de Telefonia Móvel e TV por Assinatura para discutir sobre o modelo da prestação dos serviços de telecomunicações no Brasil. Conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Marcelo Bechara
Bechara, conselheiro da Anatel: baixando os impostos, baixam os preços
 

O conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) Marcelo Bechara defendeu nesta terça-feira (23) que o Congresso baixe o ICMS incidente sobre os serviços de internet de banda larga. “Baixando os impostos, baixam os preços”, afirmou, em reunião da Subcomissão Especial dos Serviços de Telefonia Móvel e TV por Assinatura, que funciona no âmbito da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática.

Segundo o presidente da subcomissão, deputado Vitor Lippi (PSDB-SP), o colegiado quer propor mudanças na legislação de telecomunicações para baixar os custos dos serviços, melhorar a qualidade e aumentar o acesso, especialmente ao serviço de banda larga. “Cada vez a banda larga vai ser mais importante para as pessoas, e o cidadão precisa do serviço, a custos acessíveis, até por questão de inclusão social”, disse. Lippi ressaltou que nos outros países do Brics (grupo integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o custo da telefonia é mais baixo.

Marcelo Bechara reconheceu que os serviços no Brasil são caros, mas atribuiu isso aos altos impostos. “É um absurdo o que a população brasileira paga de ICMS sobre os serviços de telecomunicações”, disse. “O setor passou a ser caixa arrecadador para os estados, que passariam a ter problemas sem esse dinheiro”, salientou. Diante desse cenário, Bechara acredita que uma saída é baixar pelo menos o ICMS incidente sobre os serviços de banda larga. “Só o Congresso Nacional pode fazer isso”, acrescentou.

Sem acesso
Conforme o conselheiro, 10 megabits de internet custam em média hoje R$ 70, e deveriam custa cerca de R$ 30 para o serviço ser acessível. “Hoje metade dos brasileiros não tem acesso à internet”, destacou. Para ampliar acesso à banda larga, Bechara também defendeu ajustes no atual modelo de telecomunicações antes do fim das atuais concessões de telefonia fixa, que vencem em 2025.

Pelo modelo atual, a telefonia fixa é o único serviço considerado público – ou seja, é o único em que existem metas de universalização a serem implementadas pelas concessionárias. De acordo com ele, está sendo investido dinheiro em um serviço que não tem mais tanto valor, já que a principal demanda da população é por banda larga. Ele acredita que a saída é alterar as concessões, negociar metas com as empresas para ampliação da banda larga e estimular os pequenos provedores, de forma a promover mais competição.

Baixa qualidade
O deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) reclamou da qualidade da telefonia no Nordeste e questionou se as multas aplicadas pela Anatel são efetivamente pagas. Bechara reconheceu que a qualidade ainda deixa a desejar e que “de fato a Anatel finge que multa e as empresas fingem que pagam”. Segundo ele, não há ilegalidade nisso, mas as empresas recorrem das multas na Justiça e os pagamentos não vêm ocorrendo. “Multar não está resolvendo”, admitiu.

Conforme o conselheiro, a agência agora está optando por fazer Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com as empresas. A ideia é trocar as multas por investimentos para corrigir os problemas e por compromissos adicionais que beneficiem o consumidor. “Os primeiros TACs deverão ser assinados até novembro”, informou.

Além disso, ele explicou que a Anatel vem promovendo mudanças regulatórias para prevenir os problemas. Bechara salientou que o Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços Telecomunicações, instituído pela agência em 2014, trouxe novas regras para proteger os clientes da banda larga fixa, da telefonia celular, da televisão por assinatura e da telefonia fixa. “Desde março deste ano, está em vigor a regra que permite o cancelamento de serviços pela internet”, citou.

Outro problema que a Anatel tentou resolver foi a queda das chamadas, com regra que está em vigor desde 2013. “Se uma pessoa liga para o mesmo telefone em 120 segundos, a operadora deve considerar como uma única chamada”, explicou.

Reportagem – Lara Haje
Edição – Newton Araújo
Agência Câmara Notícias

 

Notícias

PEC dos recursos

  Palavra final do STJ é essencial na Justiça Editorial do jornal Folha de S.Paulo deste sábado (30/4) O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, trabalha para marcar sua gestão com uma mudança profunda no rito processual na Justiça. A ideia é dar validade imediata...

Farmácia pode comercializar cosméticos

Extraído de Direito2 Farmácia pode comercializar cosméticos Por: Tribunal de Justiça de Minas Gerais Data de Publicação: 29 de abril de 2011 A farmácia Fitoterápicos A Cura Manipulações Ltda. conseguiu, na Justiça, o direito de preparar, expor e comercializar produtos cosméticos, sem a apresentação...

Cópia de procuração digitalizada sem autenticidade não tem validade

Extraído de Portal do Holanda 28 de Abril de 2011 Cópia de procuração digitalizada sem autenticidade não tem validade - A cópia da procuração digitalizada, sem declaração de autenticidade, não é documento válido. Com esse entendimento, a 4ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve a decisão...

Ligação eterna

  Sogra é parente por afinidade com vínculo permanente Por Luciana Campregher Doblas Baroni   A sogra é motivo de polêmica e piadas. Dia 28 de abril é o dia nacional que a homenageia. Esta figura emblemática da relação do casal encontra previsão no nosso ordenamento jurídico. A partir do...

Suspensas cláusulas restritivas de testamento

28/04/2011 - 11h08 DECISÃO Suspensas cláusulas restritivas de testamento em favor de mulher em dificuldades financeiras A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve decisão que atenuou cláusulas restritivas impostas em testamento a uma mulher que passava por graves dificuldades...