CIÊNCIA E TECNOLOGIA - Crimes Cibernéticos pode incluir caso de bloqueio do WhatsApp no relatório final

17/12/2015 - 17h13

Crimes Cibernéticos pode incluir caso de bloqueio do WhatsApp no relatório final

CPI pretende propor alternativas para coibir crimes cibernéticos sem prejudicar usuários

Antonio Augusto / Câmara dos Deputados
Reunião Ordinária
CPI teve seus trabalhos prorrogados até março de 2016

O bloqueio do aplicativo WhatsApp pela Justiça brasileira nesta quinta-feira (17) foi debatido pelos deputados da CPI dos Crimes Cibernéticos na última reunião do ano da Comissão. O bloqueio foi uma represália da primeira vara criminal de São Bernardo do Campo contra o aplicativo WhatsApp por ter se recusado a cumprir determinação judicial de quebrar o sigilo de dados trocados entre investigados criminais.

Prorrogada até março do ano que vem, a CPI pode incluir o assunto em seu relatório. A presidente da CPI, deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO), disse que o documento final da comissão deve propor alternativas para se coibir os crimes praticados usando a tecnologia, mas sem prejudicar os usuários.

"Estamos chegando ao final dos trabalhos e a gente precisa que saiam relatorias positivas para que não aconteça isso [a suspensão do WhatsApp], prejudicando os brasileiros e, principalmente, que dê oportunidade para gente conseguir descobrir esses crimes que são realizados pela Internet: casos de pedofilia, tráfico de pessoas, tráfico de órgãos, casos do PCC. Essa é a nossa preocupação: não acabar com a liberdade de expressão, mas dar segurança a todos brasileiros ", afirmou.

O deputado Sandro Alex (PPS-PR) considerou o caso de suspensão do WhatsApp grave e sugeriu que a CPI faça alguma recomendação à Justiça sobre esse episódio. Ele lembra que, em audiência pública na Comissão, o diretor jurídico do Whatsapp esclareceu que, mesmo com ordem judicial, é impossível quebrar o sigilo das mensagens trocadas porque a empresa não dispõe do código de criptografia, nem mantém as mensagens armazenadas no seu servidor.

"Nós temos uma declaração do Whatsapp que eles não têm a informação; não é que eles não queiram entregar. Não há caso semelhante no mundo de algo como está acontecendo no Brasil: uma decisão de um juiz de um estado afetar todo o País. Poderiam ter dado uma multa à empresa, e ela poderia recorrer alegando que não tem as informações, porque ninguém é obrigado a fornecer aquilo que não tem”.

Já o deputado Silas Freire (PR-PI) avalia que a decisão da justiça só se justifica para ajudar na investigação e alertou para o risco de outros aplicativos usados para furar o bloqueio ao WhatsApp, que disfarçam o endereço IP do usuário.

"A gente pode sacrificar a comunicação do povo brasileiro por uma interceptação que eu acho justa. Se tiver em curso uma operação em que a polícia vai prender uma facção criminosa, por exemplo, as 48 horas do bloqueio de um sistema de comunicação irá facilitar essa investigação e os trabalhos policiais",

O bloqueio do aplicativo Whatsapp por 48 horas foi derrubado por um desembargador da Justiça de São Paulo no início da tarde desta quinta.

Reportagem - Geórgia Moraes
Edição – Luciana Cesar
Origem da Foto em destaque/Fonte: Agência Câmara Notícias
 
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15/12/2015 - 20h38

Abin trabalha diariamente para combater terrorismo cibernético, diz diretor

Especialista disse que o Brasil estará seguro nas Olimpíadas

Alex Ferreira / Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre Segurança Cibernética de Grandes Eventos e Terrorismo: Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
CPI dos Crimes Cibernéticos realiza novas audiência na quinta-feira

A CPI dos Crimes Cibernéticos ouviu nesta terça-feira (15)  o diretor substituto de contraterrorismo da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), José Carlos Martins da Cunha, que garantiu aos deputados que a Abin trabalha diariamente para combater o terrorismo cibernético, inclusive o recrutamento de brasileiros por grupos extremistas.

José Carlos informou que o Brasil reconhece a existência de três grupos terroristas: Al Qaeda, Talibã e o Estado Islâmico, mas grupos como o Boco Haram e Hamas também são monitorados por meio da sua atuação nas redes sociais. Ele admite, entretanto, que o combate a crimes na internet é muito difícil e que a possibilidade de recrutamento existe.

"Até agora descobrimos apenas jovens se encantando com essa possibilidade de integrar o Estado Islâmico, mas nenhuma célula terrorista foi identificada. Mas, infelizmente, a gente não pode achar ou acreditar que nós não temos nenhuma ameaça. O trabalho que está sendo feito está sendo bem feito. Então, eu acredito que a gente está seguro e estaremos seguros também nas Olimpíadas, mas não podemos arrefecer nessa investida no combate ao terrorismo no Brasil".

O deputado Leo de Brito (PT-AC) afirmou que as declarações do representante da Abin deixam claro que o País está combatendo o terrorismo cibernético. Leo de Brito defende uma ação integrada entre a Inteligência e as polícias no combate ao terrorismo, principalmente durante as Olimpíadas de 2016.

"Se o Brasil fizer um trabalho integrado entre as polícias e um trabalho de cooperação da inteligência internacional, com a experiência que vários países têm no combate ao terrorismo, eu acredito que vamos ter uma olimpíada tranquila."

A CPI dos Crimes Cibernéticos deve se reunir novamente na quinta-feira (17) pela manhã para ouvir o delegado federal Valdemar Latance Neto, que participou da Operação Barba Negra, e o delegado Ronaldo Tossunian, do Departamento de Investigações Criminais de São Paulo.

Reportagem - Karla Alessandra
Edição – Luciana Cesar
Agência Câmara Notícias
 

 

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