Estratégias para promover o turismo

22/05/2013 - 12h55 Comissões - Turismo - Atualizado em 22/05/2013 - 13h05

Preços abusivos atrapalham setor de turismo no Brasil, diz presidente da Embratur

Anderson Vieira

Os gastos dos turistas brasileiros no exterior chegaram a US$ 6 bilhões nos três primeiros meses de 2013. São US$ 700 milhões a mais do que no período equivalente do ano passado e US$ 1,3 bilhões a mais do que no primeiro trimestre de 2011. Os números foram apresentados nesta quarta-feira (22) à Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo pelo presidente da Embratur, Flávio Dino, e realçam o déficit existente entre a quantidade de brasileiros que viaja para fora e a de estrangeiros que visita o Brasil.

A CDR realizou audiência pública com objetivo de debater as estratégias do país para promover o turismo a partir dos megaeventos que estão agendados no Brasil, como a Jornada Mundial da Juventude, da Igreja Católica, e a Copa das Confederações, a serem realizadas em julho deste ano, além da Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.

- Apesar de o receptivo internacional crescer, ainda temos tendência de déficit. O fato gerador é o grande numero de viagens internacionais feitas pelos brasileiros. Isso não é motivo de críticas, pois demonstra a pujança da vida econômica dos brasileiros, mas significa geração de empregos e negócios em outros países. Evidentemente que, num Estado Democrático de Direito, não se cogita nenhuma medida restritiva. Porém, temos que analisar a ausência de competitividade e os preços melhores das viagens para fora. É um debate de toda a sociedade, não apenas da Embratur ou do Ministério do Turismo – afirmou.

Segundo Flávio Dino, o turismo internacional no país cresceu 4,5% no ano passado, ainda assim está longe de compensar o volume de saídas de brasileiros. Os Estados Unidos são um bom exemplo. Cerca de 600 mil americanos vêm ao Brasil anualmente. Em compensação, mais de 1,5 milhão de brasileiros viajam aos Estados Unidos.

A solução, de acordo com o presidente da Embratur, passa por três providências: o fortalecimento de ações de promoção do Brasil no exterior; a facilitação da entrada de estrangeiros no Brasil, com a revisão da política de vistos; e a melhoria da competitividade, com a prática de preços justos, o que vai depender fundamentalmente da participação do setor privado.

- Avançamos um pouco no ano passado, com duas medidas adotadas pelo governo federal, que foi a redução da tarifa da energia elétrica e a inclusão da rede hotelaria e da aviação no Plano Brasil Maior. Mas é preciso avançar numa agenda de desoneração tributária para que o Brasil não perca este momento favorável que temos à frente – disse.

Abusos

O presidente da Embratur afirmou que a rede de hotéis do Brasil está crescendo com os investimentos do setor privado, mas admitiu o risco de cartelização e de práticas abusivas de mercado, com margens abusivas de lucro, o que resulta em tarifas caras sem justificativa:

– Eu nunca encontrei razão científica, concreta e objetiva para muitas das tarifas hoteleiras cobradas no Brasil. Isso é um equívoco. É a renúncia ao futuro pelo lucro imediato e compromete a imagem do Brasil de modo duradouro. Essa questão tem que ser olhada com cuidado – afirmou.

A falta de concorrência no setor de aviação também preocupa, assim como o preço das passagens, outro item que precisa ser debatido na opinião do presidente da Embratur.

Ele defendeu duas medidas importantes para o setor, como a imediata implantação do Plano de Aviação Regional, lançado recentemente pela presidente Dilma Rousseff, e a adoção da política de céus abertos na América do Sul, a exemplo do que acontece na União Européia, detalhe que foi defendido também pela senadora Lídice da Mata (PSB-BA):

- A concorrência é pequena porque não temos abertura do céu a empresas de outros países que possam concorrer com as nossas. Hoje não há outra  alternativa que não seja abrir os céus para haver uma concorrência que nos leve a um serviço de qualidade por um preço melhor – opinou.

Mais debates

Os grandes eventos internacionais voltarão à pauta da comissão. A reunião desta quarta-feira (22) foi conduzida pelo presidente da CDR, Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), que informou a realização de nova audiência para 5 de junho, desta vez para debater os impactos econômicos e os legados dos megaeventos ao setor turístico nacional.

 

Agência Senado

 

Notícias

Ação com penhora no rosto dos autos não trata de questões sobre o crédito

COISAS SEPARADAS Ação com penhora no rosto dos autos não trata de questões sobre o crédito Rafa Santos 20 de junho de 2025, 7h26 Na mesma decisão, o juiz também negou pedido de suspensão do processo e homologou a arrematação do imóvel e a expedição de carta de arrematação e mandado de imissão na...

Sem intimação pessoal, alienação de bem do devedor não é válida

Falta de aviso Sem intimação pessoal, alienação de bem do devedor não é válida Martina Colafemina 15 de junho de 2025, 15h52 Com efeito, ao menos em sede de cognição sumária, não há prova de que os autores tenham sido intimados pessoalmente, daí podendo derivar a nulidade do ato de consolidação da...

A viabilidade do inventário extrajudicial e suas as vantagens no mundo atual

A viabilidade do inventário extrajudicial e suas as vantagens no mundo atual Milena Cintra de Souza O crescimento na procura da via extrajudicial para realização de inventários em todo o país e as novidades trazidas pela resolução 571/24 do CNJ. quinta-feira, 12 de junho de 2025 Atualizado às...

Interdição só é válida se for registrada em cartório, diz juíza

FORA DA REGRA Interdição só é válida se for registrada em cartório, diz juíza Martina Colafemina 12 de junho de 2025, 8h16 Em sua análise, a juíza deu exemplos de artigos que dizem que é nulo qualquer contrato celebrado por uma pessoa absolutamente incapaz. Entretanto, ela analisou que a validade...