Mulheres recorrem à rede pública para ter parto normal

SUS é alternativa para mães que buscam parto normal   Marcello Casal/Arquivo/Agência Brasil

Mulheres recorrem à rede pública para ter parto normal

18/01/2015 10h27  Rio de Janeiro
Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil   Edição: Talita Cavalcante

Em busca de um procedimento mais humanizado na hora do parto, com menos intervenções, mulheres têm recorrido à rede pública de saúde. Preocupadas com o alto índice de cesarianas na rede privada (84%) e incapazes de contratar uma equipe de saúde completa, elas têm optado por hospitais de referência em saúde maternoinfantil.

Esse é o caso de professora de matemática Camille Ramalho, 33 anos, que deu à luz no Hospital Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda, no centro do Rio. “Fiz todas as consultas de pré-natal pelo plano de saúde, mas na hora do nascimento preferi o SUS [Sistema Único de Saúde]”, contou. Ela disse que se informou sobre o assunto antes de tomar sua decisão. “Li muito, conversei com muitas mães e não me arrependo.”

Fachada do Hospital Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda, no Rio (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Maternidade Maria Amélia, no Rio, tem sido procurada por mães que querem ter parto normalFernando Frazão/Agência Brasil

 

No Rio, a busca pela Maternidade Maria Amélia tem se tornado uma tendência, avalia a enfermeira obstetra Heloisa Lessa, da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiras Obstétricas. Segundo ela, com as novas regras da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e a defesa do parto normal por organizações sociais, as gestantes têm se informado sobre os riscos da uma cesariana desnecessária.

“Um parto humanizado requer uma equipe humanizada, o que custa caro e não é garantida na rede privada”, analisa. “Muitos médicos preferem fazer cesarianas porque podem ser agendadas com antecedência e são mais bem remuneradas pelos planos de saúde”, completa.

Em ambos os casos, as gestantes contrataram uma doula, o que também está se tornando uma tendência no Rio, segundo Heloisa. Essas profissionais acompanham a gestante desde o início da gravidez, ajudando na preparação do casal.

A tradutora Eva Holzova com os filhos Antonio, de 2 anos, e Stella, de 5 meses, que nasceu de parto normal (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Eva Holzova com os filhos Antonio, de 2 anos, e Stella, de 5 meses, que nasceu de parto normalFernando Frazão/Agência Brasil

 

A tradutora Eva Holzova Dantas, 32 anos, que recentemente teve Stella, hoje com 1 mês de vida, conta que a doula deu apoio para que ela tentasse o parto normal, depois de uma cesariana do primeiro filho. “Ela passou exercícios para o casal, durante a fase ativa do parto, esclareceu sobre as fases do parto, o que te dá um apoio emocional muito importante.”

Em casos de gravidez de baixo risco, o parto normal humanizado é a melhor opção, segundo a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Silvana Granato. No processo, a equipe está treinada para realizar o menor número de intervenções possível no corpo da mulher, como a episiotomia (corte no períneo) e a injeção de ocitocina (hormônio sintético).

“A ocitocina, por exemplo, aumenta o número de contrações do útero, o que aumenta a dor e torna o parto normal mais dolorido”, alertou. Ela também observa uma migração de mulheres para a rede pública, onde as parturientes podem usar banheiras para aliviar a dor, além de receber massagens e exercícios para ajudar a relaxar, o que é permitido no Maria Amélia.

A Secretaria Municipal de Saúde disse que não é possível estimar quantas gestantes com plano de saúde preferem ter bebês na unidade pública. Porém, o número de parto normais na Maternidade Maria Amélia chega a 76,2 % – maior que a média da rede, de 66,%, que inclui nove maternidades e uma casa de parto (unidade extra-hospitalar que realiza apenas partos normais de baixo risco).

Para estimular a prática, o governo do estado do Rio tem treinado equipes e recentemente comprou uma banheira para o Hospital Estadual dos Lagos de Saquerama, na Região dos Lagos. “Banhos de imersão em água morna ajudam no trabalho de parto”, disse o coordenador de Maternidades da Secretaria de Estado de Saúde, Jorge Calás.

De acordo com a coordenadora da pesquisa Nascer no Brasil, da Fiocruz, Maria do Carmo, entre as vantagens do parto normal estão a redução da morte materna, infecciosas, além de dores pós-operatórias. Nos bebês, diminui risco de morte intrauterina, complicações respiratórias e obesidade na infância.

Agência Brasil

Notícias

A "PEC do Peluso" está na mira dos juristas

Extraído de DireitoNet Juristas são contra PEC dos Recursos 16/mai/2011 Fonte: OAB - Conselho Federal A "PEC do Peluso" está na mira dos juristas. Os maiores advogados do país abriram guerra contra a proposta de emenda à Constituição que altera os artigos 102 e 105 da Carta para transformar os...

Conheça a prova do concurso para juiz de Direito substituto do Distrito Federal

Gabarito Conheça a prova do concurso para juiz de Direito substituto do Distrito Federal (16.05.11) Nas segundas-feiras, o Espaço Vital vem publicando matérias sobre concursos públicos de interesse dos operadores do Direito. Os gabaritos são veiculados no dia seguinte; confira-os em nossa edição de...

Juiz explica direitos dos homossexuais

Extraído de Recivil Juiz explica direitos dos homossexuais Família decorrente do casamento, da união estável e a monoparental que é formada por um dos pais e seus descendentes são as únicas formas de unidade familiar prevista na Constituição Federal. Mas com a recente decisão do Supremo Tribunal...

Dá para baixar?

  Honorários ajudam a construir imagem do escritório Por Lucas dos Santos Faria   Qual advogado nunca titubeou ao apresentar seus honorários ao cliente em potencial? Será que ele aceitará? E se pedir desconto? De fato, a estimativa e negociação do valor dos honorários é um delicado...

Casos sobre união homoafetiva podem ser revistos

Extraído de LiberdadeeJustica Casos sobre união homoafetiva podem ser revistos Posted by liberdadeejustica ⋅ maio 14, 2011 Fonte: ConJur No início de fevereiro deste ano — portanto, antes de o Supremo Tribunal Federal reconhecer a união homoafetiva e os direitos decorrentes dela aos casais...

Trabalho para servidores

  Falta de advogado nos JECs dificulta acessibilidade Por Gabriela Schiffler   A Lei 9.099/95, que instituiu os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, foi criada com o intuito de oferecer uma justiça mais rápida, simplificada, eficiente e que preste atendimento às pessoas com menor...