Relatório sobre normas do transporte de cargas deverá ser apresentado em março

16/02/2016 - 14h47

Relatório sobre normas do transporte de cargas deverá ser apresentado em março

Debatedores criticam em seminário a pressa na discussão do assunto

Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Seminário
Comissão especial discutiu com sindicalistas e empresários a criação do Marco Regulatório do Transporte Rodoviário de Cargas

O relator da Comissão Especial do Marco Regulatório do Transporte Rodoviário de Cargas, Nelson Marquezelli (PTB-SP), afirmou nesta terça-feira (16) que pretende apresentar a primeira versão do relatório já em março. A comissão começou a funcionar na Câmara em novembro do ano passado.

Durante seminário sobre o tema, Marquezelli afirmou que o objetivo principal do marco regulatório é diminuir o “Custo Brasil” ligado ao setor de transportes no Brasil. “Vamos fazer uma Constituição do transporte de cargas no Brasil”, destacou. Segundo ele, o relatório deverá abranger temas como a má conservação das estradas brasileiras, a segurança nas rodovias e o alto valor dos pedágios.

O autor do requerimento de realização do seminário, deputado Diego Andrade (PSD-MG), ressaltou que o Congresso vem se debruçando sobre os temas ligados ao setor, tendo aprovado no início do ano passado a Lei dos Caminhoneiros (Lei 13.103/15). “Temos que continuar avançando. O relatório tem que se voltar para o momento de crise e trazer benefícios efetivos ao transportador, porque está muito difícil para o trabalhador da área”, defendeu o parlamentar.

Pressa
Debatedores do seminário criticaram a pressa na discussão das normas para o setor de transporte de cargas. “Temos diversas legislações já existentes que ainda não estão sendo cumpridas”, destacou o assessor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres, Luis Antonio Festino. Para ele, a discussão do novo marco deve tratar de toda a cadeia produtiva do setor e do custo do transporte.

O assessor jurídico da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos, Alziro Motta Santos Filho, considera a discussão de um marco legal necessária, mas também tem receio em relação à pressa com que a discussão está sendo promovida.

Ele apontou que o governo ainda não implementou pontos aprovados na Lei dos Caminhoneiros, como, por exemplo, a falta de listagem dos pontos de parada para descanso dos caminhoneiros. “Reivindicações antigas do setor ainda não foram promovidas”, disse.

Pontos do marco regulatório
Para o representante da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Flávio Benatti, a legislação atual precisa de atualizações e correções. “Temos hoje problemas com as questões securitárias, problemas com o embarcador”, citou. Porém, para ele, o novo marco não deve discutir questões do “capital-trabalhador”, que devem ser discutidas no âmbito da legislação trabalhista setorial.

Já o presidente da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Cargas (que representa o setor de embarcadores), Luiz Henrique Teixeira Baldez, acredita que o marco regulatório deve ter como objetivos reduzir o custo logístico e aumentar a competividade, tendo como pressupostos a liberdade de iniciativa, a livre concorrência, a defesa do consumidor e a repressão do abuso do poder econômico.

Para ele, é preciso uma avaliação dos atuais contratos de concessão das rodovias e uma rediscussão desse modelo de concessão. Baldez destacou a alta arrecadação com os pedágios, sem que haja a contrapartida de manutenção da qualidade das estradas.

Reportagem - Lara Haje
Edição - Newton Araújo
Origem das Fotos/Fonte: Agência Câmara Notícias
 
 
 

 

Notícias

Juiz faz audiência na rua para atender homem em situação vulnerável

Proteção social Juiz faz audiência na rua para atender homem em situação vulnerável Acordo homologado garantiu ao trabalhador o recebimento do BPC. Da Redação sexta-feira, 12 de setembro de 2025 Atualizado às 13:05 Uma audiência fora do comum marcou esta semana em Maceió/AL. O juiz Federal Antônio...

A renúncia à herança e seus efeitos no processo sucessório

A renúncia à herança e seus efeitos no processo sucessório Pedro Henrique Paffili Izá O STJ reafirma que renúncia ou aceitação de herança é irrevogável, protegendo segurança jurídica e limites da sobrepartilha. quinta-feira, 25 de setembro de 2025 Atualizado às 07:38 No recente julgamento do REsp...

Idosa de 76 anos obtém divórcio judicial para oficializar novo casamento

Idosa de 76 anos obtém divórcio judicial para oficializar novo casamento 23/09/2025 Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM (com informações do DPE-TO) No Tocantins, uma idosa de 76 anos conseguiu formalizar o divórcio de um casamento que havia se dissolvido na prática há mais de duas décadas. A...

Valor Econômico: Volume de inventários digitais cresce no país

Valor Econômico: Volume de inventários digitais cresce no país Entre 2020 e 2024, número de procedimentos cresceu 49,7%, segundo o Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal O volume de famílias que têm resolvido a partilha de bens de forma extrajudicial vem aumentando desde 2020, quando foi...

Ex-cônjuge não sócio tem direito a lucros distribuídos depois da separação

Ex é para sempre Ex-cônjuge não sócio tem direito a lucros distribuídos depois da separação Danilo Vital 22 de setembro de 2025, 19h18 “Enquanto os haveres não forem efetivamente pagos ao ex-cônjuge, permanece seu direito de crédito em face da sociedade, que deve incidir também sobre os lucros e...