TJMG inaugura Central de Cumprimento para agilizar cobrança de dívidas

Crédito: Divulgação /CNJ

TJMG inaugura Central de Cumprimento para agilizar cobrança de dívidas

18/09/2015 - 09h18 

A Central de Cumprimento de Sentença (Centrase), inaugurada em 10 de setembro em Belo Horizonte/MG, deve agilizar as cobranças de dívidas na Justiça mineira. Centralizar a execução dos devedores otimizará e racionalizará vários procedimentos necessários à cobrança de dívidas por decisão judicial, um dos principais gargalos da Justiça Estadual – estima-se em 30 milhões o número de processos judiciais que ainda aguardam execução. A medida é um dos primeiros resultados do Projeto de Diagnóstico e Fortalecimento dos Judiciários Estaduais, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com o Banco Mundial. O projeto viabilizou a contratação de uma consultoria que elaborou diagnóstico e propôs um modelo de gestão de recursos humanos e orçamentários para três tribunais estaduais: de Minas Gerais (TJMG), Tocantins (TJTO) e Mato Grosso (TJMT).

Inicialmente, a Centrase vai atuar na fase da execução dos processos julgados em 11 das 35 varas cíveis da capital mineira que tenham transitado em julgado (quando não cabe mais recorrer). Segundo a gestora do projeto no TJMG, juíza Lilian Maciel, dois juízes e uma equipe de cerca de 15 servidores apoiarão o trabalho dos magistrados das varas onde a execução da dívida for determinada. “O apoio prevê a realização de atividades que demandam especialização e muitas horas de trabalho, como calcular os valores devidos (e corrigidos monetariamente), por exemplo. Para isso, a Centrase terá uma equipe de contadores própria”, afirmou a magistrada, acrescentando que a maior parte das discussões nessa fase do processo refere-se a uma eventual incorreção dos cálculos formulados por quem executa a sentença.

A tramitação eletrônica das sentenças executadas pela Centrase é outra medida que dará mais celeridade aos processos. Quando um advogado for pedir a cobrança em prol de seu cliente, deverá acessar o Processo Judicial Eletrônico (PJe), sistema de tramitação virtual das ações judiciais desenvolvido pelo CNJ e adotado pelo TJMG. “Bastará ao advogado apresentar cópias da sentença, do acórdão (decisão publicada) e da certidão do trânsito em julgado da matéria”, explicou a magistrada do TJMG.

Impacto – Os 40,6 milhões de processos em execução representam 51% das ações ainda sem solução na Justiça nessa fase do processo, o que contribui para a morosidade. De acordo com o mais recente anuário estatístico do CNJ, o Justiça em Números, em 2014 para cada 8,6 ações judiciais baixadas na fase de execução (demandas resolvidas pelo Judiciário), outros 10 novos processos entraram nessa etapa do processo. A série histórica do Justiça em Números aponta para um agravamento do fenômeno nos últimos anos. Desde 2009, a quantidade de novas ações judiciais que entram na fase de execução cresceu 3,2 pontos percentuais, até alcançar 27 milhões de processos em 2014.

Aplicação – O Projeto de Diagnóstico e Fortalecimento dos Judiciários Estaduais começou em 2013 com a realização de uma análise da Justiça Estadual, ramo que abrange a maior parte do volume processual no país. Ao mesmo tempo em que foram identificados os principais gargalos dos tribunais de Justiça, técnicos do EloGroup, consultoria contratada para realizar o projeto com recursos do Banco Mundial, registraram as boas práticas adotadas nas cortes de Justiça. Em março de 2014, os consultores e os técnicos de três tribunais de Justiça (Minas Gerais, Mato Grosso e Tocantins), escolhidos para executar um piloto do projeto pelo porte de cada órgão, começaram a adotar as práticas necessárias à superação dos problemas verificados.

Em agosto passado, foram apresentados os produtos do projeto, que incluem o plano de ações de cada um dos três tribunais e guias de aplicação de recursos orçamentários e de recursos humanos. Além disso, foi elaborada minuta de resolução do CNJ sobre a distribuição da força de trabalho do Judiciário entre a primeira e a segunda instância.

Manuel Carlos Montenegro
Agência CNJ de Notícias

Brasil atinge a marca de 100 milhões de processos em tramitação na Justiça

 

Notícias

Juiz nega penhora de imóveis rurais usados para subsistência

Proteção Juiz nega penhora de imóveis rurais usados para subsistência Magistrado reconheceu que a família do devedor explora diretamente a terra para sua subsistência e que os imóveis se enquadram como pequena propriedade rural. Da Redação domingo, 5 de outubro de 2025 Atualizado em 3 de outubro de...

Assinatura eletrônica e digital: entre prática judicial e debate acadêmico

Opinião Assinatura eletrônica e digital: entre prática judicial e debate acadêmico Cícero Alisson Bezerra Barros 2 de outubro de 2025, 18h25 A confusão entre os termos reside justamente no fato de a assinatura digital ser uma modalidade específica de assinatura eletrônica, mas dotada de requisitos...

A possibilidade da usucapião de bem imóvel ocupado por um único herdeiro

A possibilidade da usucapião de bem imóvel ocupado por um único herdeiro Victor Frassetto Giolo Decisões recentes do STJ trazem clareza à possibilidade de usucapião em herança e evidenciam os impactos da posse exclusiva na partilha familiar. terça-feira, 30 de setembro de 2025 Atualizado às...

Juiz faz audiência na rua para atender homem em situação vulnerável

Proteção social Juiz faz audiência na rua para atender homem em situação vulnerável Acordo homologado garantiu ao trabalhador o recebimento do BPC. Da Redação sexta-feira, 12 de setembro de 2025 Atualizado às 13:05 Uma audiência fora do comum marcou esta semana em Maceió/AL. O juiz Federal Antônio...