A família brasileira está menor

A família encolheu 


Data: 21/11/2011
Veículo: VEJA
Editoria: SOCIEDADE
Assunto principal:  ASSUNTOS AFINS

E mudou de formato. Os lares brasileiros. menores. têm estrutura bem mais diversa do que a clássica pai, mãe e filhos

Kalleo Coura 

A família brasileira está menor, mais fragmentada e se organiza de forma muito mais diversa do que há dez ou vinte anos. Até 1990, os casais tinham 2,8 filhos em média. 80% dos lares eram encabeçados por um homem e a estrutura da família nuclear era. com raras exceções, a clássica: pai, mãe e filhos. A segunda parte dos resultados do Censo 2010, divulgada pelo Instituto .Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na semana passada, revela algumas das mudanças por que o país passou desde 2000, ano em que foi feito o último estudo. E, ao menos no que diz respeito a vida privada dos brasileiros, elas são profundas.


O tamanho das famílias é a parte mais visível dessa transformação. Hoje. os domicílios abrigam em média apenas três pessoas. Além de terem encolhido, as famílias estão mais fragmentadas - 15% delas são formadas por mulheres que vivem com seus filhos sem a presença dos pais das crianças. Essa população - que inclui as viúvas, mas é formada sobretudo por mulheres separadas e mães solteiras - faz parte de um universo maior e crescente. o das autodeclaradas "chefes de família


Em 2000, em 27% das casas os entrevistados declararam aos recenseadores do IBGE que o chefe da família"" era uma mulher. Em 2010. o índice já havia subido para 38%. Trata-se de uma resposta subjetiva a uma questão que busca determinar quem. na casa. é responsável pela tomada das decisões mais impor antes - o que não quer dizer, necessariamente, que seja também seu provedor principal.


O IBGE também constatou um salto no número de pessoas que vivem sozinhas. Há uma década, os solitários eram 4 milhões, responsáveis por 9% das casas. Hoje, são 7 milhões, o que totaliza 12% dos domicílios do Brasil.


No Censo 2010, o IBGE pela primeira vez perguntou a opção sexual dos entrevistados. Em 60000 casas, moradores declararam que ali vivia um casal de homossexuais. O número representa 0,1% do total de domicílios do país.


Mas as questões levantadas pelo Censo também perscrutaram o Brasil que existe da porta da rua para fora. Ao olhar o resultado dos indicadores sociais. o que se nota é que o Brasil avançou em todos. A taxa de analfabetismo, por exemplo, finalmente deixará de ser um problema - e a curto prazo. Hoje, 10% da população é analfabeta, mas um corte estatístico relativiza essa informação. Se, acima dos 65 anos de idade. o analfabetismo assola 29% das pessoas, dos 10 aos 14. apenas 4% não sabem ler e escrever. O futuro é promissor. portanto. Mas, em alguns campos. o Brasil avança a passos muito lentos rumo a ele. A infraestrutura é um exemplo.


A coleta de lixo, atualmente, atende a 87% dos domicílios do país. É melhor que o índice de 79% registrado em 2000. Na coleta de esgoto. a situação é pior. Em 2000, apenas 62% dos lares brasileiros tinham acesso ã rede de tubulações ou. ao menos. a uma fossa séptica. Uma década mais tarde. o número não passa de 67%. Na Região Norte, a ampliação da rede de esgotos nem sequer acompanhou o aumento da população. Para o geógrafo Demétrio Magnoli, essa situação é fruto de uma opção feita pelos governos na última década. "Priorizou-se a transferência de renda. por meio de programas como o Bolsa Família, em detrimento de investimentos em áreas vitais como o saneamento. que rendem menos votos". diz ele. Pena que nesse ponto o Brasil não tenha mudado tanto.
 

Extraído de Clipping FECOMERCIO DF

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