Táxi vira cenário para conversão de união estável em casamento

Táxi vira cenário para conversão de união estável em casamento

Movimento da Conciliação | 29.05.2017

Caso aconteceu em Divino de Laranjeiras, município pertencente à Comarca de Galileia; medida foi possível por meio do Cejusc local

Divulgação

justica galileia 02

A mãe, Luana Morais, submeteu-se a uma cesariana no último dia 26 de maio

Cuidadosamente embrulhado em uma manta verde-água, alheio a tudo e dormindo o sono dos justos, no colo da mãe, um bebê de apenas um dia de vida foi testemunha de um episódio que entrará para as narrativas da família que ele acaba de integrar. Dentro de um táxi, ele assistiu à sua genitora assinar o termo que transformou a união estável dela e do companheiro em casamento. O episódio inusitado aconteceu no último dia 27 de maio, quando sua mãe deixava a maternidade com ele nos braços, horas depois de dar à luz.

Divino das Laranjeiras, pertencente à Comarca de Galileia, na região do Rio Doce, foi o cenário onde tudo aconteceu. A comunidade possui pouco mais de 5 mil habitantes, a quase totalidade deles de origem humilde. Muitos casais, ali, vivem em união estável, ante a dificuldade de percorrer os 64km que separam o município da sede da comarca. É por isso que, nos finais de semana, o juiz Roberto Apolinário de Castro, coordenador do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) de Galileia, dirige-se até lá, bem como a outras comunidades da região, para levar os serviços do Judiciário aos moradores.

No último sábado, estava prevista a conversão de 15 uniões estáveis em casamento civil. Quando o magistrado estava lá, atuando, foi informado de que um dos casais não poderia mais participar do processo. A mulher, Luana Maria Rodrigues Morais, de 18 anos, passara por uma cesariana na véspera e por isso não poderia se dirigir ao local onde aconteciam os atos. “Perguntei onde ela estava e decidimos ir até lá. O processo foi feito com a mãe ainda dentro do táxi, mas com muita emoção. Há 15 anos eu faço esse trabalho e esse dia foi um dos mais emocionantes que já vivi. Foi muito gratificante poder fazer isso com o bebê ali”, declara o magistrado
.

Divulgação

justica galileia 01

O juiz Roberto Apolinário (ao centro) defende: O Judiciário precisa estar mais próximo dos cidadãos

O acontecimento é simbólico do papel cidadão exercido pelo programa Justiça Itinerante, que busca levar a Justiça a comunidades distantes das comarcas sedes, democratizando o acesso ao Poder Judiciário. “Acredito que o Judiciário precisa estar mais próximo dos cidadãos, afastando-se do excesso de formalismo”, avalia o juiz coordenador do Cejusc. Com a conversão da união estável, os efeitos do casamento retroagiram à data em que Luana e Pauleandro passaram a viver juntos: 21 de janeiro de 2016.

Cidadania, conciliação e mediação

Os Cejuscs são espaços do Judiciário mineiro que apostam no diálogo como a principal ferramenta para a solução de conflitos. Ali, concentram-se as audiências de mediação e conciliação, tanto pré-processuais (antes ainda de o conflito se tornar um processo na Justiça) quanto processuais (em qualquer fase em que a ação se encontra). Quando as partes chegam a um acordo, este é homologado pelo juiz responsável pela unidade e passa a ter valor de sentença. O Cejusc abriga também o setor de cidadania, que oferece orientações e informações aos cidadãos.

A Resolução 661/2011 do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) prevê a criação dos Cejuscs em todas as comarcas do estado. A coordenação dos centros judiciários, bem como do programa Justiça Itinerante, fica a cargo da 3ª Vice-Presidência do TJMG, por meio da Assessoria da Gestão da Inovação (Agin). Já são mais de cem unidades em Minas. Confira a lista de comarcas mineiras que já possuem Cejusc aqui
.

Assessoria de Comunicação Institucional – Ascom
Tribunal de Justiça de Minas Gerais - TJMG

Notícias

Justiça nega exclusão de imóvel em divórcio com regime de comunhão de bens

Justiça nega exclusão de imóvel em divórcio com regime de comunhão de bens Autora argumentou que bem foi comprado com recursos próprios 23/05/2025 - Atualizado em 23/05/2025 Origem da Imagem/Fonte: TJMG Justiça entendeu que não há provas no processo de que o bem foi adquirido com recursos...

STJ exclui de partilha de novos bens herdeiro que renunciou à herança

Sucessão STJ exclui de partilha de novos bens herdeiro que renunciou à herança Colegiado entendeu que renúncia à herança é ato irrevogável, impedindo participação em sobrepartilha. Da Redação terça-feira, 13 de maio de 2025 Atualizado às 18:24 Por unanimidade, a 3ª turma do STJ decidiu que a...

Justiça reconhece pai socioafetivo sem excluir o biológico

Vínculo afetivo Justiça reconhece pai socioafetivo sem excluir o biológico O juiz autorizou a expedição de mandado ao cartório de registro civil para averbação da sentença. Da Redação quarta-feira, 14 de maio de 2025 Atualizado às 12:05 A vara de Família e Sucessões de Varginha/MG reconheceu, por...

Juíza reconhece nulidade de algibeira em caso de execução de patrimônio

SÓ QUANDO CONVÉM Juíza reconhece nulidade de algibeira em caso de execução de patrimônio 8 de maio de 2025, 11h57 Tal conduta caracteriza a chamada ‘nulidade de algibeira’. Em síntese, a nulidade de algibeira consiste na estratégia de não alegar a nulidade no momento em que ela ocorre, utilizando-a...

Quando o bem de família pode ser penhorado? Jurisprudência do STJ

Opinião Quando o bem de família pode ser penhorado? Jurisprudência do STJ Caroline Valéria Adorno de Macêdo 5 de maio de 2025, 6h32 A jurisprudência do STJ tem reiterado que tais exceções devem ser interpretadas restritivamente, em respeito à função social da moradia e à dignidade da pessoa...