Câmara rejeita proibir recuperação judicial contra princípios do Direito

Cleia Viana / Câmara dos Deputados
Reunião Ordinária. Dep. Jorge Corte Real (PTB-PE)
Côrte Real: possibilidade de juiz anular recuperação judicial pode gerar incerteza no mercado

15/05/2017 - 15h46

Câmara rejeita proibir recuperação judicial contra princípios do Direito

A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços rejeitou proposta que proibia a aprovação de plano de recuperação judicial de empresas com violação de princípios constitucionais, do Direito ou de normas públicas. Conforme a matéria, se a assembleia de credores aprovasse esse tipo de plano, as cláusulas poderiam ser anuladas pelo juiz.

A medida estava prevista no Projeto de Lei 5042/13, do deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), que recebeu parecer pela rejeição do relator, deputado Jorge Côrte Real (PTB-PE). Por tramitar em caráter conclusivo e ter sido rejeitado na única comissão de mérito que o analisou, o projeto será arquivado, a menos que haja recurso para que seja analisado pelo Plenário.

Com o projeto, Carlos Bezerra buscava justamente evitar a anulação judicial de decisões tomadas por credores. Por isso, resolveu prever em lei a possibilidade de o juiz anular planos de recuperação, ainda que aprovados em assembleia.

Jorge Côrte Real, no entanto, entende que hoje a homologação judicial do plano de recuperação já exige perfeita conformidade com as regras e princípios do ordenamento jurídico vigente, não sendo necessária a alteração proposta pelo projeto.

“A legislação atual, por meio da Lei 11.101/05 [Nova Lei de Falências], já cumpre o objetivo de prover ao mercado segurança jurídica, previsibilidade e clareza nas ações de recuperação judicial e proteção aos direitos dos credores”, afirmou.

Na avaliação do relator, a possibilidade de nulidade do plano de recuperação judicial pelo juiz pode comprometer a soberania da assembleia geral de credores e o instituto da recuperação, potencializando a incerteza jurídica para credores e devedores.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem – Noéli Nobre
Edição - Sandra Crespo
Agência Câmara Notícias
 

 

Notícias

Divórcio potestativo sob a perspectiva jurisprudencial

Com Partilha Divórcio potestativo sob a perspectiva jurisprudencial Marília Mello de Lima 9 de outubro de 2025, 8h00 Há julgados recentes, inclusive do Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que o divórcio pode ser decretado antes mesmo da citação da parte requerida. Leia em Consultor...

Doação verbal exige escritura pública para validade do ato, diz TJ-BA

Usucapião afastado Doação verbal exige escritura pública para validade do ato, diz TJ-BA 8 de outubro de 2025, 12h19 O julgador explicou que a ocupação do imóvel — ainda que por um longo período de tempo — ocorreu por mera liberalidade da proprietária. Leia em Consultor...

STJ valida filiação socioafetiva post mortem sem manifestação expressa

Família STJ valida filiação socioafetiva post mortem sem manifestação expressa 3ª turma reconheceu vínculo de filha criada desde a infância, ainda que falecidos não tenham formalizado adoção. Da Redação terça-feira, 7 de outubro de 2025 Atualizado às 18:55 Por unanimidade, 3ª turma do STJ...

Renúncia à herança e sua extensão a bens descobertos posteriormente

Opinião Renúncia à herança e sua extensão a bens descobertos posteriormente Mathias Menna Barreto Monclaro 7 de outubro de 2025, 7h01 Não se deixa de reconhecer que, em certos contextos, a rigidez da solução pode suscitar debates sob a ótica da justiça material, sobretudo em heranças complexas, em...