É necessário proteger os magistrados

Jornal Nacional


Jornal Nacional: "É necessário proteger os magistrados para que eles não tenham medo de decidir", diz Wedy

 

(18/08/2010 - 21:02)
 


A edição desta quarta-feira do Jornal Nacional, da TV Globo, trouxe como destaque principal o atentado sofrido pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE), desembargador Luiz Antônio Araújo Mendonça, e seu motorista, ocorrido em Aracaju. O carro onde estavam foi alvejado com 30 tiros. O desembargador levou um tiro de raspão, sem gravidade, mas seu motorista encontra-se em estado grave no hospital.

Logo cedo o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Gabriel Wedy, mostrou sua indignação em nota à imprensa, na qual afirmou que a situação está insustentável, pois, em menos de três dias dois magistrados sofreram atentados, referindo-se ao caso do juiz federal Márcio Mafra, alvejado no braço em uma rodovia baiana.

A segurança dos juízes federais foi inclusive tema da audiência que o presidente da Ajufe teve com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, na tarde de hoje.

Leia abaixo a matéria publicada pelo site do Jornal Nacional e veja o vídeo da reportagem de Délis Ortiz:

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe foi vítima de um atentado, nesta quarta-feira, em Aracaju. Criminosos dispararam mais de 30 tiros contra o carro em que ele estava.

Luís Antônio Mendonça seguia para o trabalho num carro do TRE com o motorista, que é policial militar. A viagem durou menos de um quilômetro. O atentado foi às 9h30 numa das avenidas mais movimentadas de Aracaju. Quando o sinal fechou, três homens desceram do carro e dispararam mais de 30 tiros contra o carro onde estava o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe, desembargador Luís Mendonça.

“O meu carro estava na frente, aí quando eu ouvi os estampidos, barulho muito grande, me voltei e vi o carro com o para-brisa destruído”, contou a mulher da vítima, Cristina Mendonça.

Os disparos atingiram outros carros. “Estava parado no sinal de trânsito, escutei os tiros atrás olhei para o retrovisor, está o rapaz apontando para o meu carro, aí atirou e eu baixei e pegou no para-brisa traseiro ao lado do banco, do lado da minha cabeça", lembrou o professor de educação física Cristian Carvalho.

O motorista foi baleado na cabeça e internado em estado grave. O desembargador Luís Antônio Mendonça foi atingido por estilhaços e se recupera bem, no hospital.

Em Brasília, antes de embarcar para visitá-lo, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandovski, foi cauteloso. “Nós não estamos descartando nenhuma hipótese, pode seu um crime que tenha alguma motivação eleitoral, mas também eu lembro que o desembargador Luiz Mendonça foi secretário da Segurança Pública e tem origem também no Ministério Público”, afirmou.

O ministro também procurou tranquilizar os eleitores. “Salvo este incidente, que foi um incidente isolado, raro na história do país, nós estamos esperando eleições absolutamente tranquilas. E o desenrolar do processo eleitoral desde o início deste ano até o presente momento demonstra isso com muita clareza”, destacou.

Num encontro com o presidente Lula, o governador de Sergipe, Marcelo Déda, do PT, disse que não há indícios de que o crime tenha relação com as eleições ou com a política e que a polícia já tem um suspeito. Em Brasília, houve reações ao atentado.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Cezar Peluso, abriu a sessão desta quarta lendo uma nota, onde o tribunal lamenta e pede apuração do crime em Sergipe.

“Que redobrem a atenção quanto à proteção da integridade física dos magistrados e das demais autoridades públicas, sobretudo daquelas envolvidas no processo eleitoral em curso no país".

Em nota, a OAB disse que a advocacia está estarrecida e indignada com esse brutal atentado. As associações de magistrados do Brasil e de Sergipe repudiaram o atentado, dizendo que não medirão esforços para exigir e auxiliar na apuração e responsabilização dos culpados.

Para a Associação dos Juízes Federais é necessário proteger os magistrados, para que eles não tenham medo de decidir. O ministro da Justiça, Luis Paulo Barreto, determinou à Polícia Federal que ajude nas investigações.


AJUFE

 

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