Exclusividade para taxistas no transporte individual divide opiniões

23/11/2016 - 17h55Atualizado em 24/11/2016 - 10h38

Exclusividade para taxistas no transporte individual divide opiniões

Categoria diz que serviços semelhantes ao Uber são ilegais; representante da empresa realça geração de trabalho e renda; e deputados defendem regulamentação

 
Alex Ferreira / Câmara dos Deputados
Comissão geral para discutir o PL 5587/16, que trata do transporte individual remunerado, do transporte motorizado privado e da regulamentação dos aplicativos digitais
A comissão geral na Câmara analisou proposta que prevê exclusividade aos taxistas no transporte individual de pessoas 

A regulamentação do aplicativo Uber dividiu opiniões durante comissão geral, nesta quarta-feira (23), no Plenário da Câmara dos Deputados, sobre projeto que assegura aos taxistas a exclusividade no transporte individual de passageiros em todo o País (PL 5587/16). No Uber, carros particulares com motoristas são utilizados para o transporte pago de pessoas.

Representantes de taxistas argumentaram que o Uber é ilegal. Segundo o presidente da Associação de Assistência ao Motorista de Táxi do Brasil, André de Oliveira, a empresa entrou no mercado contrariando o Código de Trânsito Brasileiro (CTB - Lei 9.503/97) e não houve repressão por parte do poder público. Ele apontou milhares de famílias de taxistas que estão passando por estado de calamidade com a chegada do Uber ao País.

O diretor de Políticas Públicas do Uber no Brasil, Daniel Mangabeira, defendeu que o sistema de prestação de serviço de motorista seja regulamentado, pelo bem das comunidades que o utilizam. “O sistema fomenta o empreendedorismo, gera oportunidades de trabalho e de renda e dá mais eficiência à mobilidade urbana”, afirmou. Mangabeira defendeu que a legislação seja pouco intervencionista e salientou que Uber e táxi são diferentes na prática – e assim deveriam continuar na lei.

Divergência entre deputados
Durante a comissão geral, deputados mostraram opiniões divergentes. Givaldo Carimbão (PHS-AL), que presidiu a sessão, disse acreditar que, do jeito que está, sem regulamentar o Uber, não é justo. Para ele, hoje não há livre concorrência, já que Uber e táxi não são submetidos às mesmas regras. Ele fez apelo para que o Legislativo decida sobre o assunto antes que o Judiciário o faça.

Em discurso lido por Carimbão, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou que é indispensável a adaptação da legislação após a chegada do Uber. Segundo ele, hoje há interpretações divergentes da lei, o que contribui para o acirramento de conflitos. Para Maia, a Lei de Mobilidade Urbana (Lei 12.587/12) deve ser atualizada e estabelecer diretrizes gerais sobre o assunto, a despeito da competência dos municípios de regulamentar a matéria.

Grupo de trabalho
Autor do PL 5587/16, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), lembrou que foi instalado na terça-feira (22) um grupo de trabalho na Câmara para analisar a proposta e tentar construir uma versão mais consensual. Segundo ele, o prazo de funcionamento do grupo de trabalho é até 6 de dezembro, quando está prevista a votação, no Plenário, de requerimento de urgência para o PL 5587/16. Se aprovada a urgência, disse, um acordo no colégio de líderes prevê a votação no Plenário já no dia 7
.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem – Lara Haje
Edição – Ralph Machado
Origem das Fotos/Fonte: Agência Câmara Notícias
 
 

 

Notícias

Justiça do Amazonas reconhece multiparentalidade em registro de adolescente

Justiça do Amazonas reconhece multiparentalidade em registro de adolescente 07/11/2025 Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM (com informações da DPE-AM) A Vara Única de Itapiranga reconheceu judicialmente a multiparentalidade no registro civil de um adolescente de 15 anos. Com a sentença, ele...

Pela 1ª vez, uniões consensuais superam casamento civil e religioso

Pela 1ª vez, uniões consensuais superam casamento civil e religioso Censo 2022 revela que 51,3% da população tinha relação conjugal Bruno de Freitas Moura - Repórter da Agência Brasil Publicado em 05/11/2025 - 10:03 Brasília Origem da Imagem/Fonte: Agência Brasil  -  Certidão de...

STJ autoriza penhora de imóvel financiado para quitar dívida de condomínio

STJ autoriza penhora de imóvel financiado para quitar dívida de condomínio Alessandro Junqueira de Souza Peixoto A decisão do STJ muda o jogo: Agora, imóveis financiados também podem ser penhorados para pagar dívidas de condomínio. Entenda o que isso significa para síndicos e...

Neto poderá ter avós maternos reconhecidos como seus pais

Neto poderá ter avós maternos reconhecidos como seus pais Ele moveu ação para reconhecimento de paternidade e maternidade socioafetiva 29/10/2025 - Atualizado em 29/10/2025 A 4ª Câmara Cível Especializada do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) cassou uma sentença da Comarca de Diamantina e...