Marco Maia diz que há consenso sobre pontos da reforma política
09/05/2011 17:50
Marco Maia diz que há consenso sobre pontos da reforma política
Beto Oliveira
Maia: reforma tem que garantir participação da sociedade na política.
O presidente da Câmara, Marco Maia, disse nesta segunda-feira (9), em Porto Alegre (RS), que já há consenso sobre alguns pontos da reforma política, como financiamento público de campanhas, fim das coligações proporcionais, revisão do critério de suplência para senadores e coincidência das eleições.
Maia participou de conferência realizada pela Comissão Especial da Reforma Política, da Câmara dos Deputados, na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Esse foi o segundo evento para discutir o tema nos estados.
No debate, o presidente reafirmou a disposição do Congresso Nacional de votar a reforma. “Não me coloco nem ao lado dos mais otimistas, que dizem que é possível produzir um reforma ampla e irrestrita, nem dos mais pessimistas, que duvidam da capacidade dos parlamentares de produzir alterações que dialoguem com o novo perfil da política brasileira”, disse.
Maia defendeu ainda a participação efetiva da sociedade nos debates da reforma. “Precisamos migrar para um sistema que dê condições objetivas para que o cidadão, de forma transparente, acompanhe a política e saiba exatamente o que está em discussão em cada projeto”, afirmou.
Atraso
Para o presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado estadual Adão Villaverde (PT), a reforma política já está atrasada em relação a outros avanços brasileiros. "É uma grande contradição o País crescer, se desenvolver, gerar emprego, gerar renda, ganhar soberania do ponto de vista das relações externas e continuar sendo um país que, do ponto de vista da estrutura político-eleitoral, tem um modelo evidentemente superado."
Também presente no encontro em Porto Alegre, o relator da Comissão Especial da Reforma Política, deputado Henrique Fontana (PT-RS), defendeu uma maior participação direta dos cidadãos, por meio de projetos de iniciativa popular, plebiscitos e referendos.
Fontana ressaltou, porém, que nem tudo que se quer é possível e que não se pode correr o risco de ficar tudo como está. "A cada ponto que se coloca na alteração do sistema político, encontramos um grupo de oposição a esse ponto. Se permitirmos que cada ponto some um grupo de oposição, teremos uma maioria que não tem proposta de mudança e que fica com a proposta do ‘continua como está’. E isso é que nós não podemos, de forma alguma, permitir que ocorra", afirmou.
Também participou do evento o presidente da comissão especial, deputado Almeida Lima (PMDB-SE). A próxima conferência será realizada em Aracaju (SE), na próxima sexta-feira (13).
Reuniões em Brasília
A comissão volta a reunir-se nesta terça-feira (10), em Brasília, para discutir processo e propaganda eleitoral, unificação das eleições e regras para suplência de senador e deputado. O encontro será às 14h30, no plenário 2.
Na quinta-feira (12), às 9h30, haverá audiência pública com três cientistas políticos: Cláudio Gonçalves Couto, professor do Departamento de Gestão Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo; Jairo Nicolau e Fabiano Santos, professores do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Iesp/Uerj).
A audiência, também no plenário 2, foi sugerida pelo deputado João Paulo Lima (PT-PE).
Confira as principais propostas para a reforma política.
Da Redação/DC
Agência Câmara de Notícias