Ministro diz que locais da Olimpíada do Rio não ficarão ociosos após os Jogos

Centro de Treinamento de Ginástica Artística que atenderá aos atletas da seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016 Tânia Rêgo/Agência Brasil

Ministro diz que locais da Olimpíada do Rio não ficarão ociosos após os Jogos

26/02/2016 06h22  Brasília

Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil
 

O ministro do Esporte, George Hilton, demonstrou confiança em um legado consistente, tanto para a cidade quanto para o resto do país, das Olimpíadas do Rio de Janeiro, que serão realizadas de 5 a 21 de agosto deste ano. Segundo ele, “não há como ficarem ociosos” os espaços construídos para os jogos, após o evento. O ministro aposta no investimento feito pelo governo federal e no próprio interesse do cidadão para o sucesso do legado dos Jogos  Rio 2016.

“Não há como esses espaços ficarem ociosos porque a gente costuma dizer que uma Olimpíada gera um legado intangível. Ela mexe com o imaginário dos jovens. À medida que a Olimpíada for ganhando força, você vai ter uma massa de gente querendo iniciar [no esporte]”, disse o ministro em entrevista à Agência Brasil.

Hilton explicou que há um plano de legados sendo trabalhado em conjunto com a prefeitura do Rio de Janeiro. Esse plano visa a aproveitar as instalações do Parque Olímpico da Barra, que compreende várias arenas, com disputa de dezenas de modalidades durante os jogos. A ideia é estimular o uso desses espaços por escolas, clubes amadores e a população em geral.

Já as instalações em Deodoro ficarão sob a responsabilidade das Forças Armadas, uma vez que o local é uma área militar. “E os militares vão utilizar muito aquela estrutura  para os seus atletas, já que o desporto militar tem ganhado mais protagonismo a cada dia”.

Vilas do Esporte

Além disso, o governo vai financiar a construção das chamadas Vilas do Esporte. Serão áreas de 4 mil m², com academia ao ar livre, campo de futebol society, quadra coberta e pista de caminhada. O governo federal vai empregar R$ 300 milhões para erguer cerca de 200 vilas. E a ideia é que essas vilas sejam instaladas em pequenos municípios, de até 50 mil habitantes, e sem qualquer espaço para a prática esportiva.

“Temos mais de 5,5 mil municípios e a realidade é que 90% deles não passam de 50 mil habitantes. As Vilas do Esporte vão para municípios de até 50 mil habitantes, em que o prefeito vai se cadastrar. A ideia é iniciar em cidades onde não tem nada. Porque, às vezes, a cidade já tem a quadra, outras já têm o campo, mas existem cidades que não têm nada”, explicou Hilton.

O objetivo é fazer parcerias com prefeituras e associações de bairro para o uso maciço dessas vilas. O repasse da verba às prefeituras será intermediado pela Caixa Econômica Federal. O banco vai repassar a verba à medida que verificar o andamento das obras.

Hilton também destacou o investimento feito pelo governo – cerca de R$ 4 bilhões – na construção de centros de treinamento para atletas olímpicos, no apoio às seleções por meio de diversas ações, como a contratação de técnicos e equipes multidisciplinares, compra de equipamentos e viagens para treinamentos e competições. Isso, para que os atletas brasileiros possam desempenhar um bom papel no Rio de Janeiro, em agosto.

Ao final dos jogos, esses centros de treinamento – são 12 de várias modalidades espalhados pelo país – ficarão sob administração das confederações. Nesses locais, os atletas profissionais continuarão treinando, mas há previsão de que sejam reservados espaços para a realização de projetos sociais voltados para aproximar a população do esporte.

O governo espera que esse bom desempenho seja indutor de iniciação à prática esportiva. Hilton reforça o desejo de ver a bandeira brasileira sendo hasteada em várias cerimônias de premiação, mas destaca a importância de estimular a prática de esporte na sociedade.

“Eles [os atletas], independentemente de subir ao pódio, serão fundamentais para nos ajudar a propagar a ideia do esporte, como embaixadores que serão. Mas é claro que queremos vê-los no pódio. É importante ter esses ídolos nessa Olimpíada porque serão grandes inspiradores para nossas crianças e jovens”.

População sedentária

O Ministério do Esporte encomendou uma pesquisa que indicou alto número de brasileiros sedentários. São 45,9%, de acordo com Hilton. “São brasileiros vivendo de uma maneira totalmente sedentária, sem nenhum tipo de atividade física. Esses números preocupam. Queremos aproveitar a Olimpíada para mudar essa cultura”.

O governo já definiu sua meta nesse sentido. A ideia é que cerca de 3 mil pessoas possam utilizar as Vilas do Esporte por semana. Além disso, o ministério conta com a expansão de programas como o Segundo Tempo, que promove ações de esporte educacional para jovens, e Lutas pela Cidadania, voltado principalmente para crianças e que vai apresentar a elas o mundo das artes marciais, com material para treino e equipe profissional providenciada pelo ministério.

“O programa Segundo Tempo tem 4 milhões de crianças. Precisamos dobrar isso. A meta do Lutas pela Cidadania é chegar a 100 mil crianças já em 2016, sendo atendidas em vários núcleos. E em 2018 ter pelo menos 100 milhões em todo o país”, afirma o ministro.

Edição: Jorge Wamburg
Agência Brasil

 

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