Mobilidade urbana

Galhardi, sobre protesto em festa de casamento: 'me senti acuado. Foi horrível' 

15/07/2013 - 16h50 Comissões - Direitos Humanos - Atualizado em 16/07/2013 - 11h01

Empresário culpa aumento do número de carros por problemas no transporte

Da RedaçãoA MAIS

O empresário da área de transporte público Eurico Galhardi teve apenas um dia para se refazer da tumultuada festa de casamento de Beatriz Barata, neta de seu sócio, Jacob Barata, e uma audiência pública no Senado para tratar justamente do problema que levou uma centena de manifestantes a protestar diante da Igreja do Carmo e do Copacabana Palace, no Rio de Janeiro: o preço das passagens de ônibus e a qualidade do transporte.

Durante a jornada em frente a um dos mais famosos cartões postais do Brasil, os manifestantes cobraram ruidosamente da família Barata o preço pelo que consideram abusos por parte dos empresários de ônibus em relação aos usuários, mas sofreram também a hostilidade de convidados ao evento, estimado em R$ 3 milhões: segundo noticiaram vários sites, notas de R$ 20,00, e até um cinzeiro, foram atirados do salão de festa em direção à calçada. O objeto de vidro cortou a testa de um manifestante no momento em que a tropa de choque da Polícia Militar interveio com o já costumeiro arsenal de balas de borracha, spray de pimenta e gás lacrimogêneo.

Na manhã desta segunda-feira (15), perante a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), Eurico Galhardi admitiu que as recentes manifestações em todo o país "acordaram" as autoridades para os problemas do setor, mas condenou o ato ocorrido entre a noite de sábado e a madrugada de domingo. Como presidente do conselho diretor da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (ANTU), Galhardi eximiu os empresários de culpa pelas atuais dificuldades do transporte público, e atribuiu a crise ao aumento na venda de carros.

'Máfia'

Durante a audiência, realizada para debater o tema mais geral da mobilidade urbana, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) advertiu para o risco de novos protestos, como os de junho, que levaram mais de um milhão de pessoas às ruas em centenas de cidades

- Se não houver respostas concretas para os problemas do transporte público no Brasil, e não derrubarmos a máfia que o controla, as manifestações voltarão e serão milhões nas ruas - previu.

No entender do presidente de ANTU, a atual insatisfação com o setor é resultado dos subsídios do governo à indústria automobilística.

– O transporte coletivo é considerado ruim por muitas pessoas porque as cidades estão impactadas [com o aumento da quantidade de automóveis]. Com isso você não tem velocidade em vias que são partilhadas [entre carros e ônibus] – argumentou.

Galhardi citou linhas de ônibus que faziam, por exemplo, oito viagens e transportavam mil passageiros, mas agora fazem apenas cinco viagens e não conseguem transportar nem 500 passageiros. Para atender esse público, observou, são necessários mais carros:
- É como um cachorro louco que corre atrás do próprio rabo. Quem está pagando a conta disso tudo é quem anda de ônibus. O aumento do número de carros compacta as ruas e polui ainda mais o meio ambiente – assinalou, apesar de reconhecer os objetivos econômicos e sociais do governo ao estimular a venda de automóveis.

Apesar de reconhecer os problemas enfrentados pela população, em entrevista à Agência Senado, Galhardi discordou da forma como os manifestantes lavraram sua insatisfação:

- Foi uma coisa de ódio contra a pessoa, quando a questão é resolver os problemas do país. Eu me senti acuado. Foi horrível. Uma coerção psicológica que mexeu com a família da noiva. Ficamos com receio de que jogassem algo nela. Entraram na vida privada dessas pessoas e promoveram um acinte ao direito de ir e vir.

 

Agência Senado

 

Notícias

Clara distinção entre o diploma e a qualificação profissional

A manutenção do Exame da OAB é essencial ao país Por Luiz Olavo Baptista A Constituição Federal dispõe no seu artigo 5º Inciso XIII, que “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. A liberdade de exercício do...

Erro médico

10/08/2011 - 11h00 DECISÃO Ortopedista e hospital devem indenizar paciente por erro médico A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aumentou de R$ 5 mil para R$ 50 mil o valor da indenização devida a paciente que sofreu uma série de transtornos decorrentes de erro médico cometido em...

Dispensa motivada

  Vale justa causa para quem dirige embriagado Por Jomar Martins No dia 5 de março de 2007, um veículo de carga, carregado com cevada, adubo, milho e trigo, tombou na estrada. Os policiais que atenderam a ocorrência constataram que o motorista estava embriagado, o que lhe custou sete pontos...

Nomes incomuns ou exóticos

Cartórios podem recusar registro de nomes A hora de escolher o nome de uma criança é sempre um momento difícil para os pais, que muitas vezes acabam escolhendo para seus filhos nomes incomuns ou exóticos - prática comum entre muitos artistas hoje em dia. A Lei Federal n° 6.015, de 1973, porém,...