Orçamento aprova parecer preliminar sem mudança no valor das emendas

20/11/2012 18:41

Orçamento aprova parecer preliminar sem mudança no valor das emendas

O prazo para apresentação das emendas - R$ 15 milhões por parlamentar - começa nesta quarta (21) e vai até o dia 29. As emendas são destinadas para pequenos investimentos e custeios nas bases eleitorais dos parlamentares, como construção de quadras esportivas, compras de ônibus escolares e ampliação de prontos-socorros.

Leonardo Prado
Reunião Ordinária
A votação do relatório preliminar foi possível após acordo de procedimentos entre base aliada e oposição.

A Comissão Mista de Orçamento aprovou nesta terça-feira (20) o relatório preliminar da proposta orçamentária de 2013, que traz as regras para apresentação das emendas parlamentares. O texto estabelece que cada parlamentar (deputados e senadores) poderá apresentar até R$ 15 milhões em emendas.

Esta é a primeira vez, desde 2001, que o valor é mantido de um ano para o outro. De acordo com o relatório, dos R$ 15 milhões, R$ 2 milhões devem ser destinados obrigatoriamente para investimentos no âmbito do Ministério da Saúde. No total, as emendas individuais vão somar R$ 8,91 bilhões no orçamento do próximo ano.

O prazo para apresentação das emendas começa nesta quarta (21) e vai até o dia 29. As emendas são destinadas para pequenos investimentos e custeios nas bases eleitorais dos parlamentares, como construção de quadras esportivas, compras de ônibus escolares e ampliação de prontos-socorros. As emendas das comissões da Câmara e do Senado e das bancadas regionais não têm limite e devem ser apresentadas no mesmo prazo.

Para o relator-geral da proposta orçamentária, senador Romero Jucá (PMDB-RR), a manutenção do valor das emendas é uma prova de que o Congresso reconhece a necessidade de não elevar as despesas para o próximo ano. Segundo ele, a proposta orçamentária de 2013 está “apertada”, e qualquer elevação de gastos deve ser vista com cuidado.

“Temos menos recursos para trabalhar neste ano do que houve no ano passado. O Congresso entendeu isso”, avaliou Jucá. Ele afirmou que a proposta de 2013, no seu conjunto, é apenas 1,2% superior à de 2012 (respectivamente, R$ 2,251 trilhões e R$ 2,225 trilhões). Entre 2010 e 2011, por exemplo, a proposta orçamentária cresceu 7,3%.

Poderes
Como tem acontecido nos últimos anos, o parecer preliminar concede poderes amplos para o relator-geral na definição de uma série de despesas. Caberá a Jucá centralizar a negociação sobre eventuais reajustes a servidores públicos. Também está nas mãos dele definir despesas específicas, como a compensação para estados exportadores (Lei Kandir), as ações do Plano Brasil Sem Miséria e eventuais reajustes nos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Jucá acolheu apenas uma emenda das 127 apresentadas. Também rejeitou os 16 destaques apresentados durante a votação do parecer. Segundo ele, as rejeições têm como objetivo evitar a criação de despesas adicionais. Ele barrou, por exemplo, propostas que aumentavam os recursos para as emendas individuais e facilitavam a ampliação dos benefícios de aposentados e pensionistas do INSS que ganham cima do salário mínimo. Sobre este último ponto, ele argumentou que o debate deverá ser feito na fase final da tramitação da proposta orçamentária.

Acordo
A votação desta terça só foi possível depois que o presidente da Comissão de Orçamento, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), intermediou um acordo de procedimentos com a oposição e a base aliada. Os parlamentares concordaram com a votação do parecer preliminar e da Medida Provisória 583/12, que também tramitava na comissão. Em troca, o governo se dispôs a negociar com os líderes o aumento da execução das emendas individuais do orçamento deste ano.

Mas o acordo tem data de validade: se até o início da discussão dos dez relatórios setoriais, daqui a duas semanas, não houver um entendimento com o governo, poderá haver obstrução às reuniões da comissão e do Plenário do Congresso, onde tramitam projetos de crédito adicional de interesse do Executivo. “Caso o acordo não seja cumprido, que o governo não venha responsabilizar a oposição pela não aprovação do orçamento”, disse o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO). Parlamentares da base aliada não se manifestaram, mas também há descontentamento entre eles para o baixo ritmo de execução das emendas.

O governo já iniciou um trabalho de aproximação com os líderes partidários na comissão. O primeiro passo foi dado hoje com a indicação do deputado Cláudio Puty (PT-PA) como seu vice-líder. O vice-líder é o parlamentar que encaminha as negociações no âmbito do colegiado. Havia uma queixa entre os parlamentares, da base e da oposição, pela falta de interlocutor direto com o governo no dia a dia das votações.

Seca no Nordeste
Além do parecer preliminar, a comissão aprovou a Medida Provisória 583/12, que abre um crédito de R$ 676 milhões, no orçamento em vigor, para os municípios brasileiros que sofrem com a escassez de chuva, principalmente na região do semiárido do Nordeste. O texto será examinado agora pelo Plenário da Câmara.

 

Reportagem – Janary Júnior
Edição – Maria Clarice Dias

Foto em destaque/Fonte: Agência Câmara de Notícias
 
 


 

Notícias

Doação verbal exige escritura pública para validade do ato, diz TJ-BA

Usucapião afastado Doação verbal exige escritura pública para validade do ato, diz TJ-BA 8 de outubro de 2025, 12h19 O julgador explicou que a ocupação do imóvel — ainda que por um longo período de tempo — ocorreu por mera liberalidade da proprietária. Leia em Consultor...

STJ valida filiação socioafetiva post mortem sem manifestação expressa

Família STJ valida filiação socioafetiva post mortem sem manifestação expressa 3ª turma reconheceu vínculo de filha criada desde a infância, ainda que falecidos não tenham formalizado adoção. Da Redação terça-feira, 7 de outubro de 2025 Atualizado às 18:55 Por unanimidade, 3ª turma do STJ...

Renúncia à herança e sua extensão a bens descobertos posteriormente

Opinião Renúncia à herança e sua extensão a bens descobertos posteriormente Mathias Menna Barreto Monclaro 7 de outubro de 2025, 7h01 Não se deixa de reconhecer que, em certos contextos, a rigidez da solução pode suscitar debates sob a ótica da justiça material, sobretudo em heranças complexas, em...

Juiz nega penhora de imóveis rurais usados para subsistência

Proteção Juiz nega penhora de imóveis rurais usados para subsistência Magistrado reconheceu que a família do devedor explora diretamente a terra para sua subsistência e que os imóveis se enquadram como pequena propriedade rural. Da Redação domingo, 5 de outubro de 2025 Atualizado em 3 de outubro de...

Assinatura eletrônica e digital: entre prática judicial e debate acadêmico

Opinião Assinatura eletrônica e digital: entre prática judicial e debate acadêmico Cícero Alisson Bezerra Barros 2 de outubro de 2025, 18h25 A confusão entre os termos reside justamente no fato de a assinatura digital ser uma modalidade específica de assinatura eletrônica, mas dotada de requisitos...