País não está preparado para enfrentar o terrorismo

Grupo das Forças Armadas em treinamento para combater possíveis ameaças de terrorismo no país  Divulgação/C Op Esp

País não está preparado para enfrentar o terrorismo, aponta enquete do DataSenado

  

Da Redação | 26/01/2016, 17h30 - ATUALIZADO EM 27/01/2016, 13h46

Uma enquete do DataSenado em parceria com a Agência Senado feita entre 16 de dezembro de 2015 e 17 de janeiro deste ano mostrou que 88% dos participantes acreditam que o Brasil não está preparado para evitar ataques terroristas. Participaram da sondagem 3.475 internautas. O Congresso Nacional discute atualmente dois projetos para criminalizar o terrorismo e definir as penas para os que cometem esse crime (PLC 101/2015 e PLS 178/2015).

A enquete também procurou saber quais crimes devem ser tipificados como terrorismo, caso tenham o propósito de causar pânico generalizado. Entre os que responderam, 87% acham que ataques a hospitais são ações terroristas. Já 72% acreditam que as agressões a transportes públicos são terrorismo e 70% consideram assim os ataques a locais religiosos.

Penas

Os participantes do levantamento defenderam penas duras para o terrorismo. Para 69% deles, a penalidade deve ser equivalente à maior prevista no Código Penal – 30 anos de prisão. Além disso, 83% acreditam que quem doar dinheiro para organizações terroristas deve ter punição igual a de um terrorista. Já 88% consideram que os terroristas que influenciam crianças ou adolescentes a participarem de organizações desse tipo devem ser mais severamente punidos.

No caso de um terrorista que deixou a organização sem ter cometido ato de terrorismo, 35% dos internautas opinaram que ele não deve ser punido apenas se colaborar para evitar que o crime ocorra. Outros 15% creem que não deva haver punição e 35% julgam que essa pessoa tenha a pena reduzida, mas que exista algum tipo de penalidade. 10% dos ouvidos, por sua vez, defendem a manutenção da pena, sem qualquer benefício.

Educação

Os participantes da sondagem também puderam deixar sua opinião no espaço Comente o Projeto. Para Cláudia Lorefici, de São Paulo, a melhor alternativa é ensinar a importância do respeito ao próximo.

— Acredito que o melhor projeto antiterrorismo seja a educação política do povo sem que se exerça, principalmente sobre os jovens, qualquer tipo de doutrinação ou apologia ao dogmatismo seja de qual lado for. Ensinar o respeito a todos é, na minha opinião, o melhor caminho para uma sociedade progressista e pacífica — defende Cláudia.

Projetos

O Plenário aprovou no final de outubro o substitutivo do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) ao projeto (PLC 101/2015), que tipifica o crime de terrorismo. Segundo a proposta, a pena de prisão para os que praticam esse ato é de 16 a 24 anos em regime fechado. Se o crime resultar em morte, a punição pode ser de até 30 anos.

O projeto, que foi modificado e voltou para novo exame dos deputados, define o crime de terrorismo como aquele que atenta contra a pessoa, mediante violência ou grave ameaça, motivado por extremismo político, intolerância religiosa ou preconceito racial, étnico, de gênero ou xenófobo, com objetivo de provocar pânico generalizado. De acordo com o texto, é considerado terrorismo político o ato que atentar gravemente contra a estabilidade do Estado democrático, com o fim de subverter o funcionamento das instituições.

O PLS 178/2015, por sua vez, foi apresentado pelo senador Davi Alcolumbre (DEM/AP) e aguarda análise na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Não há ainda relator escolhido. Segundo a proposta, são crimes de terrorismo a produção dolosa de perigo comum, através de incêndio, explosão, liberação de substâncias radioativas, gases asfixiantes, tóxicos ou biológicos. Mesma classificação teria a produção dolosa de perigo comum, através da contaminação de alimentos e águas destinadas ao consumo humano ou difusão de epidemias ou pandemias com germes patogênicos, pragas, plantas ou animais nocivos.

 

Agência Senado

 

Notícias

Contrato de namoro: Bobagem ou blindagem patrimonial?

Contrato de namoro: Bobagem ou blindagem patrimonial? Izabella Vasconcellos Santos Paz O artigo aborda a importância do contrato de namoro como proteção patrimonial em relacionamentos informais. terça-feira, 23 de dezembro de 2025 Atualizado às 13:24 "Os tempos são líquidos porque tudo muda tão...

STJ julga caso inédito de adoção unilateral com manutenção de poder familiar

Família STJ julga caso inédito de adoção unilateral com manutenção de poder familiar 4ª turma fixou solução inovadora proposta pelo ministro Buzzi. Da Redação sexta-feira, 6 de dezembro de 2019 Atualizado em 7 de dezembro de 2019 16:30 A 4ª turma do STJ concluiu na quinta-feira, 5, julgamento que...

Inclusão do cônjuge do devedor na execução: até onde vai a conta do casamento?

Opinião Inclusão do cônjuge do devedor na execução: até onde vai a conta do casamento? Lina Irano Friestino 19 de dezembro de 2025, 9h25 A decisão do STJ no REsp 2.195.589/GO reforça algo que, no fundo, já estava escrito na lógica do regime de bens: casar sob comunhão parcial significa dividir não...

Contrato e pacto antenupcial pela perspectiva de gênero

Contrato e pacto antenupcial pela perspectiva de gênero Autor: Rodrigo da Cunha Pereira | Data de publicação: 16/12/2025 O Direito das Famílias e Sucessões está cada vez mais contratualizado. Isto é resultado da evolução e valorização da autonomia privada, que por sua vez, vem em consequência do...

Autocuratela o novo instrumento que redefine autonomia no futuro

Autocuratela o novo instrumento que redefine autonomia no futuro Marcia Pons e Luiz Gustavo Tosta Autocuratela, agora regulamentada pelo CNJ, permite que qualquer pessoa escolha seu curador antecipadamente, reforçando autonomia e prevenindo conflitos familiares. terça-feira, 9 de dezembro de...