Votação de imposto sobre grandes heranças e doações é adiada para agosto

O senador Aloysio Nunes (à direita) pediu o adiamento da votação do projeto  Pedro França/Agência Senado

Votação de imposto sobre grandes heranças e doações é adiada para agosto

  

Da Redação | 13/07/2016, 14h41 - ATUALIZADO EM 13/07/2016, 15h26

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) decidiu adiar para agosto, após o recesso parlamentar, a votação de proposta de emenda à Constituição (PEC 96/2015) que permite à União cobrar um imposto adicional sobre grandes heranças e doações. O adiamento da votação da proposta — que abre a possibilidade de taxação extra de até 27,5% na transmissão de grandes fortunas — foi solicitado pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).

Antes da PEC 96/2015 sair da pauta de votações, o relator, senador Roberto Rocha (PSB-MA), admitiu seu descontentamento com a criação de mais um tributo. Mas demonstrou assimilar a medida por ela se restringir a grandes heranças e doações.

— Já há o ITCMD ( Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação), que é cobrado pelos estados. A ideia é fazer um adicional só sobre heranças e doações e estabelecer a alíquota máxima de 27,5%, que é a do Imposto de Renda da Pessoa Física — explicou Roberto Rocha.

Quem assumiu a defesa expressa da PEC 96/2015, nesta quarta-feira (13), foi o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

— Os 71 mil (brasileiros) mais ricos só pagam 6% dos rendimentos de imposto de renda, pois têm isenção de tributo sobre a distribuição de lucros e dividendos. A taxação máxima de herança hoje é de 8%. Então, o projeto de Bezerra é extremamente meritório. Estamos em discussão sobre o ajuste fiscal do país e a conta continua sendo paga pelos mais pobres, com a retirada de direitos — declarou Lindbergh.

Em lado oposto de argumentação estava o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), autor de voto em separado pela rejeição da PEC 96/2015.

— Se há algum aumento da carga tributária sobre heranças e doações, deve este ser aproveitado pelos estados, e não pela União. Estamos enfrentando, nos últimos tempos, um avanço arrecadatório inimaginável dos cofres federais sobre a riqueza dos cidadãos e das empresas, sem que o produto gerado tenha sido repartido com estados e municípios — declarou Caiado.

Depois de passar pela CCJ, a PEC 96/2015 ainda precisará passar por dois turnos de discussão e votação no Plenário do Senado, antes de seguir para a Câmara dos Deputados.

 

Agência Senado

Notícias

STJ autoriza penhora de imóvel financiado para quitar dívida de condomínio

STJ autoriza penhora de imóvel financiado para quitar dívida de condomínio Alessandro Junqueira de Souza Peixoto A decisão do STJ muda o jogo: Agora, imóveis financiados também podem ser penhorados para pagar dívidas de condomínio. Entenda o que isso significa para síndicos e...

Neto poderá ter avós maternos reconhecidos como seus pais

Neto poderá ter avós maternos reconhecidos como seus pais Ele moveu ação para reconhecimento de paternidade e maternidade socioafetiva 29/10/2025 - Atualizado em 29/10/2025 A 4ª Câmara Cível Especializada do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) cassou uma sentença da Comarca de Diamantina e...

Georreferenciamento: novo prazo para 2029 gera alívio e controvérsia

Opinião Georreferenciamento: novo prazo para 2029 gera alívio e controvérsia Nassim Kassem Fares 27 de outubro de 2025, 19h35 O projeto e seu substitutivo, que estendeu a prorrogação para todos os imóveis rurais, tiveram como objetivo oferecer “uma solução legislativa viável, segura e proporcional...