País está preparado para enfrentar o agravamento da crise

Brasil tem mais espaço para conter crise que países desenvolvidos, diz Mantega

09/08/2011 - 16h45
Economia
Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Brasil tem mais espaço para manter o aquecimento da atividade econômica que os países desenvolvidos, disse hoje (9) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Em audiência no plenário da Câmara dos Deputados, ele disse que o país está preparado para enfrentar o agravamento da crise econômica internacional. Ele observou que o Brasil tem espaço para reduzir os juros e os depósitos compulsórios (parcela que outros bancos são obrigados a manter retida no Banco Central), caso haja novas restrições no crédito. “Na política monetária, temos raio de manobra, coisa que os americanos, que já reduziram o juro a zero, não têm”, destacou.

Segundo o ministro, o Brasil continuará a conter o crescimento dos gastos públicos para impedir a disparada da dívida pública que ocorreu nos países avançados. “A dívida brasileira é uma das poucas do mundo que estão caindo. Manter um [aperto] fiscal forte é um anteparo contra os agravamentos da crise”, ressaltou. Ele reiterou o compromisso de manter o superávit primário (economia de recursos para pagar os juros da dívida pública) em níveis expressivos.

Outro recurso apontado pelo ministro para fazer frente às turbulências externas são as reservas internacionais do Brasil, atualmente em torno de US$ 347 bilhões. “Esse valor é quase 50% maior que [o do] no segundo semestre de 2008, quando as reservas somavam US$ 207 bilhões”, declarou.

Mantega disse ainda que a estabilidade política no país ajuda a enfrentar o agravamento da situação econômica internacional, mas pediu que as prefeituras e os governos estaduais também atuem para conter os gastos. “Todo o Executivo está empenhado para que os gastos não cresçam. Temos uma unidade política que não existe nos Estados Unidos. Gostaria que os outros governos [estaduais e municipais] aderissem a esse esforço”, pediu.

O mercado interno brasileiro, destacou o ministro, também ajudará a segurar os efeitos negativos da crise. “Temos um mercado interno forte e não somos tão dependentes das exportações como a China e a Alemanha, mas teremos de fazer um esforço para que esse mercado seja atendido pela produção brasileira e não pela concorrência predatória [de países desenvolvidos que exportam a produção para os emergentes]”, avaliou.

Apesar de ressaltar os recursos de que o Brasil dispõe, o ministro admitiu que uma “agudização” da crise trará consequências para o país e prometeu tomar medidas em conjunto com o Congresso Nacional. Segundo ele, a nova política industrial lançada na semana passada representa um esforço para proteger a indústria nacional dos efeitos da crise no exterior.

O ministro participa de uma audiência na Câmara dos Deputados. No encontro, Mantega e o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, explicam os desdobramentos da crise internacional e o Plano Brasil Maior.

Edição: Lana Cristina
Agência Brasil
 

 

Notícias

Conheça o Imposto Seletivo previsto na reforma tributária

Conheça o Imposto Seletivo previsto na reforma tributária 26/04/2024 - 18:32 Será apurado mensalmente e incidirá uma única vez sobre produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Confira em Agência Câmara de Notícias

Lacunas e desafios jurídicos da herança digital

OPINIÃO Lacunas e desafios jurídicos da herança digital Sandro Schulze 23 de abril de 2024, 21h41 A transferência de milhas aéreas após a morte do titular também é uma questão complexa. Alguns programas de milhagens já estabelecem, desde logo, a extinção da conta após o falecimento do titular, não...

TJMG. Jurisprudência. Divórcio. Comunhão universal. Prova.

TJMG. Jurisprudência. Divórcio. Comunhão universal. Prova. APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE DIVÓRCIO - COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS - PARTILHA - VEÍCULO - USUCAPIÃO FAMILIAR - ÔNUS DA PROVA - O casamento pelo regime da comunhão universal de bens importa na comunicação de todos os bens presentes e futuros...